“O Algarve vai ser um guia de boas práticas no sentido de favorecer ambientes e cidades com medidas que proporcionem às pessoas mais idosas bem-estar e saúde, entre outras coisas”, disse a secretária de Estado para a promoção da Saúde, Margarida Tavares, à margem de uma reunião sobre o Programa Nacional para as Cidades e Comunidades Amigas das Pessoas Idosas.
No encontro, realizado em Loulé, no distrito de Faro, foram apresentadas propostas de implementação do projeto Cidades e Comunidades Amigas das Pessoas Idosas da Organização Mundial da Saúde (OMS), com medidas que serão testadas no Algarve, prevendo-se que em 2025 sejam ampliadas a nível nacional.
Na reunião também houve uma discussão sobre políticas de saúde e iniciativas implementadas nos diferentes Estados-membros da região europeia da OMS que visem promover a saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas idosas, num cenário de crescente longevidade.
Durante o debate foram dados alguns exemplos de boas práticas para apoiar a vida diária do idoso em setores como transportes, saúde, atividades culturais, segurança e proteção social.
“Nós já desenvolvemos muitas das boas práticas referidas, mas nem todos os municípios têm a possibilidade de avançar à mesma velocidade”, disse Osvaldo Gonçalves, presidente da Câmara de Alcoutim, um dos concelhos mais envelhecidos do Algarve.
Para o também vice-presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), tendo a associação de municípios como entidade coordenadora, “a nível regional poderá ser feito um trabalho melhor para o cumprimento dos objetivos”.
Segundo os técnicos da DGS, o objetivo é, até final de 2024, “envolver neste movimento cada vez mais municípios”, para que 2025 se possa “avançar para um programa nacional”.
“O que se pretende é que haja estandardização e coordenação que se vai expandindo e que seja testada aqui”, no Algarve, explicou Margarida Tavares.
Toda esta discussão tem por base um guia de boas práticas elaborado pela OMS em que foi solicitado aos idosos que, em grupos de discussão, procedessem à descrição das vantagens e obstáculos que encontram em oito áreas da vida na cidade.
Na maioria das cidades, os relatos de pessoas mais velhas foram complementados através dos contributos de grupos de discussão compostos por prestadores de cuidados e prestadores de serviços dos setores público, voluntário e privado.
Em termos práticos, conclui-se que uma cidade amiga das pessoas idosas adapta as suas estruturas e serviços de modo que estes incluam e sejam acessíveis a pessoas mais velhas, com diferentes necessidades e capacidades.
A rede de cidades que tenta seguir este guia de boas práticas inclui 1445 urbes em todo o mundo, entre as quais 14 são portuguesas, nomeadamente, Castro Marim, no Algarve.
LUSA/HN
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