“A situação é caótica, porque o hospital não tem capacidade com este pico de pandemia de gripe”, disse à agência Lusa Miguel Vasconcelos, presidente do Conselho Diretivo Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros.
Os corredores da urgência, acrescentou, estão cheios de macas dos bombeiros com doentes, porque não há espaço para tantas situações de urgência que estão a chegar ao hospital.
Miguel Vasconcelos confirmou que na terça-feira, cerca das 20:00, morreu uma idosa com pulseira laranja que aguardava há cerca de uma hora, numa maca dos bombeiros, para ser observada pela equipa clínica daquele hospital.
O Porto Canal noticiou que a morte da idosa, com cerca de 80 anos, ocorreu na terça-feira à noite, enquanto a senhora aguardava numa maca por observação
O hospital Padre Américo ativou o plano de contingência, com reforço das equipas de profissionais de saúde, mas o problema maior neste momento, acentuou, é a falta de capacidade física das instalações para atender e internar os doentes.
Trata-se de uma situação crónica, por ser demasiado pequeno para a região que serve (cerca de meio milhão de pessoas), mas que se agrava quando ocorrem estes picos, sinalizou.
Contou ainda que, nas últimas horas, cerca de uma dezena de ambulâncias têm permanecido em espera no hospital, situação que foi confirmada por comandantes que várias corporações de bombeiros da região.
“As equipas não têm capacidade e os profissionais acabam por entrar em exaustão”, lamentou Miguel Vasconcelos.
A Lusa contactou a administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, ao qual pertence o hospital Padre Américo, para obter informações sobre a situação da urgência e sobre as circunstâncias da morte da idosa, mas até ao momento não obteve resposta.
A Lusa questionou também hoje a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde sobre a eventual abertura de um inquérito a este caso da morte da mulher e aguarda resposta.
LUSA/HN
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