DGS quer uniformizar custos nos rastreios de cancro e linhas de financiamento próprias

2 de Fevereiro 2024

A Direção-Geral da Saúde defende a definição de critérios para uniformizar os custos dos exames associados aos rastreios do cancro e linhas de financiamento específicas para os programas de rastreio de base populacional.

No conjunto de ações futuras definidas pelos especialistas que elaboraram o mais recente relatório de avaliação e monitorização dos rastreios oncológicos de base populacional (cancro de mama, colo do útero e cólon e reto), que é hoje apresentado, estão igualmente a uniformização dos custos das consultas de aferição, “devem ser semelhantes em todas as regiões”.

O documento aponta ainda a necessidade de uniformizar os procedimentos da atividade dos rastreios em todas as regiões, através da concretização de normas a publicar este ano, assim como desenvolver programas de divulgação e informação à população para melhorar as taxas de adesão. Estes programas, defendem os especialistas, devem ser “específicos para cada programa de rastreio”.

O relatório aponta uma melhoria nas taxas de cobertura nos vários rastreios, mas sublinha a redução da taxa de adesão, sobretudo no rastreio do cancro do cólon e reto (caiu de 51% em 2021 para 41% em 2022).

Para ajudar a aumentar a adesão da população aos rastreios, o documento indica também a possibilidade de fexibilizar/alargar os horários de rastreio.

A integração da informação sobre a atividade de rastreio do cancro da mama na Plataforma de Gestão dos Rastreios de Base Populacional e a criação de mecanismos de “monitorização e certificação periódica” da qualidade técnica dos laboratórios responsáveis pelos testes primários e das unidades que realizam os testes secundários integrados nos programas de rastreio é outro dos objetivos apontados.

Os responsáveis defendem ainda a criação de mecanismos de controlo e monitorização que garantam o cumprimento dos tempos clinicamente adequados para a terapêutica dos casos positivos identificados, assim como o controlo da prescrição de testes de rastreio oncológico oportunístico nas zonas totalmente cobertas por rastreios oncológicos de base populacional.

Finalmente, pretendem formalizar a inter-relação entre as plataformas eletrónicas de gestão dos rastreios e do RON, uma situação que já foi pontualmente conseguida num projeto no Norte do país com os dados de 2021 relativos aos rastreios do cancro do colon e reto.

Defendem também o desenvolvimento de uma ferramenta eletrónica para a publicação e consulta dos dados da atividade de rastreio, pela população, no site da Direção-Geral da Saúde.

Segundo o relatório, no final de 2022, atingiu-se a taxa de cobertura populacional mais elevada dos três programas de rastreio existentes (mama, colo do útero e cólon e reto), mas há problemas de baixa adesão em casos como o do rastreio do cancro do cólon e reto.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Stephan Peters sobre o Nutri-Score: “Não há evidências da sua eficácia na vida real”

Nutri-Score: Uma mais-valia ou uma ferramenta meramente ilusória? As opiniões sobre este sistema de classificação nutricional divide especialistas europeus. Há quem aponte o rótulo nutricional de 5 cores como um sistema útil para os consumidores poderem conhecer o valor nutricional geral dos produtos. No entanto, há quem aponte falhas “devido à sua falta de fundamentação científica”. Este foi o caso do investigador neerlandês Stephan Peters, da Dutch Dairy Association, que falou ao HealthNews sobre o assunto. 

Vacina Shingrix continua a proporcionar elevada proteção contra o Herpes Zoster

A GSK plc (LSE/NYSE: GSK) anunciou no dia 17 de abril dados positivos do ensaio clínico de fase III ZOSTER-049 de follow-up a longo prazo que seguiu os participantes durante aproximadamente 11 anos após a vacinação inicial com Shingrix (vacina contra o Herpes Zoster recombinante, com adjuvante ou RZV). Os dados finais do ensaio clínico demonstram que a RZV mantém a eficácia contra o Herpes Zoster durante mais de uma década em adultos com mais de 50 anos.

Manuel Alves morreu hoje em Lisboa vítima de cancro

O ‘designer’ português Manuel Alves, 73 anos de idade, da dupla de moda Alves/Gonçalves, morreu esta terça-feira no Hospital da Luz, vítima de cancro, confirmaram à agência Lusa amigos do estilista.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights