A antiga bastonária da Ordem dos Farmacêuticos Ana Paula Martins vai ser a nova ministra da Saúde, depois de em dezembro se ter demitido do cargo de presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.
“Parece-me ser uma excelente escolha, com um perfil adequado para o cargo, que pode trazer alguma estabilidade para a Saúde, que acho importante nesta altura. Espero que lhe seja dada força política para as reformas que são urgentes fazer na área da Saúde”, disse à agência Lusa Luís Filipe Barreira.
O bastonário recordou que foi anunciado um plano de emergência para a Saúde, que “tem sido falado na questão do Orçamento Retificativo”.
“Os enfermeiros não foram objeto de melhoria, nos últimos anos, do ponto de vista da remuneração. Esperamos que, agora, quer do ponto de vista da remuneração, quer da carreira, seja reposta alguma justiça”, sublinhou.
Luís Filipe Barreira assegurou que a OE “está disponível para construir consensos e para valorizar e reconhecer o papel dos enfermeiros no Sistema Nacional de Saúde”.
“O perfil da pessoa que foi escolhida para ministra da Saúde é sempre muito importante, mas mais importante são as políticas e as medidas que ela vier a implementar”, realçou.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, considerou, por seu turno, à Lusa que a nova ministra da Saúde, que “esteve à frente de um dos maiores e mais importantes centros hospitalares” e, por isso, “tem clara noção da verdadeira realidade que se vive na saúde em Portugal e que uma das questões mais prementes que urge resolver no Serviço Nacional de Saúde é o seu capital mais importante: os recursos humanos. Em especial os enfermeiros”.
“Aquilo que o Sindicato dos Enfermeiros espera é que a nova ministra tenha a força e a coragem suficiente para mudar um SNS que ainda pode ser salvo”, salientou Pedro Costa.
Para o dirigente sindical, o SNS tem de investir “no seu maior ativo, os seus profissionais”, sublinhando que “se não fossem necessários, não se tinham gastado 666 milhões de euros em horas extra no último ano”.
Disse ainda esperar que haja “coragem para uma revisão séria e profunda das tabelas salariais” dos enfermeiros, cujo salário líquido se aproxima do salário mínimo nacional.
“Os enfermeiros, que tanto dão ao SNS, merecem bem mais que isso”, defendeu Pedro Costa.
Luís Montenegro e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado na sexta-feira. O debate do programa de Governo está marcado para 11 e 12 de abril.
LUSA/HN
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