“A ideia é que seja um centro aberto à formação para que todos os profissionais possam tirar partido disso. Não se destina ao uso exclusivo da população dos Centros Hospitalares de São João ou de Santo António. Nem mesmo a uso exclusivo de estudantes. Um médico ou enfermeiro no ativo que necessite de fazer uma recertificação, por exemplo, pode usar o centro. É um espaço para toda a região”, disse António de Sousa Pereira, em entrevista à agência Lusa.
Com a inauguração prevista para janeiro de 2025, o reitor adiantou que os contratos necessários já foram assinados e que o projeto se encontra na fase de concursos. Entre as várias atividades de formação previstas estão a simulação de técnicas cirúrgicas, treino de entubação em vias aéreas difíceis, treino de parto, ressuscitação e entrevistas clínicas. O centro contará com simuladores avançados que reproduzem condições reais, incluindo manequins que sangram e falam, possibilitando aos estudantes a prática de suturas e cirurgia laparoscópica.
Os dois polos estarão localizados nas proximidades dos hospitais de São João e Santo António, onde se encontram as escolas médicas da U.Porto: a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). O projeto também integra a Escola Superior de Enfermagem do Porto, que será incorporada na U.Porto após o parecer positivo do Conselho Coordenador do Ensino Superior em 12 de julho, decisão que também aprovou a integração das escolas superiores de enfermagem de Coimbra e Lisboa nas respetivas universidades.
“É um passo absolutamente fundamental, que recebeu um parecer positivo e foi aprovado por unanimidade em todos os órgãos. Este casamento entre as faculdades de Medicina e as escolas de Enfermagem é visto com grande entusiasmo”, comentou António de Sousa Pereira.
A integração permitirá à U.Porto avançar com mais projetos que promovam a colaboração entre enfermeiros e médicos desde o início da sua formação, incluindo um programa de formação contínua financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no valor de dois milhões de euros.
“O principal objetivo é a formação. A prática médica evoluiu consideravelmente nos últimos anos, sendo agora realizada em equipas multidisciplinares. Uma boa articulação entre o trabalho médico e de enfermagem é crucial para uma prestação de cuidados de qualidade. Esta iniciativa vai melhorar o funcionamento das equipas e evitar a duplicação de recursos e desperdícios”, explicou o reitor.
Estima-se que este projeto beneficie entre cinco a seis mil estudantes, promovendo um impacto significativo na qualidade da formação dos futuros profissionais de saúde.
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