Guiné-Bissau alarga a crianças até dez anos campanha de prevenção do paludismo

31 de Julho 2024

A campanha de prevenção do paludismo na Guiné-Bissau é este ano mais abrangente com o alargamento da distribuição gratuita de medicação a crianças até aos dez anos, anunciaram hoje os responsáveis.

Esta é a novidade da nona campanha de Quimioprevenção Sazonal do Paludismo na Guiné-Bissau, que arranca no sábado e decorre até 08 de agosto nas regiões de maior prevalência do paludismo ou malária, doença transmitida pela picada de mosquitos.

A campanha envolve o Ministério da Saúde Pública e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que gere no terreno o subsídio do Fundo Mundial de 30 milhões de euros para combater o paludismo e fortalecer os sistemas de saúde na Guiné-Bissau por três anos, até o final de 2026.

A partir de sábado, e durante quase uma semana, cerca de 1.200 equipas compostas por duas pessoas deslocam-se às casas dos destinatários nas regiões de Bafatá, Bolama, Gabu e Tombali, as mais afetadas pelo paludismo.

A coordenadora do PNUD, Alessandra Casazza, destacou, na cerimónia de lançamento da campanha hoje em Bissau, “a importante mudança deste ano”, que é “a ampliação do grupo etário elegível”, até agora crianças até aos cinco anos, e que passa a incluir crianças até os 10 anos de idade.

A campanha “tem como meta fornecer medicamentos preventivos a 250.000 crianças durante os quatro meses da época chuvosa, período de maior transmissão do paludismo”.

A distribuição gratuita da medicação preventiva “vai contribuir para a redução da mortalidade, como destacou a ministra da Saúde Pública, Maria Inácia Sanha.

O paludismo é uma doença endémica de alta prevalência na Guiné-Bissau e esta campanha tem, segundo a ministra, dado resultados na redução de casos às crianças até aos cinco anos, daí a decisão de a alargar à faixa etária até aos dez anos.

Esta estratégia de prevenção é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2012 e a Guiné-Bissau adotou-a em 2016.

A ministra da Saúde Pública apelou aos agentes locais com maior influência nas comunidades para envolver a população nesta campanha de prevenção anual, que tem financiamento assegurado pelo Fundo Mundial até 2026.

Além de gerir os 30 milhões de euros destinados à campanha sazonal, o PNUD é, também, responsável pela compra de todos os testes, produtos de diagnóstico, tratamento e prevenção do paludismo necessários no país, distribuídos gratuitamente à população.

O organismo das Nações Unidas financia ainda atividades de prevenção da doença, como a distribuição de redes mosquiteiras (MILDA) para grávidas durante as consultas pré-natais e para crianças durante a imunização.

Além do Ministério da Saúde e do PNUD, a campanha de prevenção conta ainda com a colaboração do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP), a Unicef, a OMS, as quatro direções regionais de Saúde (DRS) e os agentes de saúde comunitários.

LUSA/HN

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