“No que diz respeito à nossa capacidade, esta é muito limitada, sobretudo no que diz respeito a diagnósticos”, declarou Benjamim Djoudalbaye, diretor da Divisão de Políticas e Diplomacia do África CDC.
Benjamim Djoudalbaye falava à comunicação social, à margem da 7.ª sessão ordinária do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, que decorre desde hoje na capital moçambicana.
Desde janeiro e até finais de agosto, mais de 22.800 casos tinham sido registados em 13 países africanos, com destaque para a República Democrática do Congo (RDCongo), que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), regista cerca de 90% dos casos de mpox no mundo, com mais de 600 mortes.
“Não lhe vou dar [novos] números porque a situação tem estado a evoluir todos os dias, mas tem sido uma situação séria e que requer decisões”, declarou Benjamim Djoudalbaye.
Segundo o responsável, o continente africano está a fazer diligências para obter mais vacinas, numa altura em que a Nigéria é o único país africano com 10 mil doses da vacina.
“Estamos empenhados em trabalhar com os nossos parceiros internacionais para obter mais vacinas para o continente. Não há tratamento agora para a mpox, mas nós estamos a trabalhar também para que se acelere ensaios clínicos para termos um medicamento acessível e seguro contra a mpox no continente”, acrescentou.
Esta é a segunda vez em dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde internacional, tendo o primeiro alerta sido levantado em maio, depois de a propagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo.
A 7.ª sessão ordinária do África CDC, que termina na quinta-feira, junta peritos de diversos países que compõem a entidade, num encontro que vai, entre outros aspetos, alinhar estratégias face à mpox.
A monkeypox (mpox) é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas que também pode ser transmitida entre seres humanos através do contacto físico, provocando febre, dores musculares e lesões cutâneas.
Uma nova estirpe (“clade 1b”) de mpox foi detetada na RDCongo em setembro de 2023 e depois notificada em vários países vizinhos.
NR/HN/Lusa
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