PSI20 em queda com Galp e BCP a perderem mais de 5%

21 de Dezembro 2020

Na sexta-feira, o principal índice, o PSI20 encerrou a cair 1,30% para 4.763,03 pontos, acompanhando as quedas registadas nas principais praças europeias.

Esta segunda-feira, pelas 9h10, o PSI20 seguia a cair 2,88% para 4.626,06 pontos, com todas as ações a negociarem no vermelho.

A Galp e a Pharol eram os títulos que mais perdiam, recuando 6,92% para 8.18 pontos e 6,59% para 0,13 euros, respetivamente.

A empresa anunciou que vai concentrar as operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano.

Num comunicado enviado ao regulador dos mercados, a Galp refere que “continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos”, e que está a “desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo”.

Em comunicado também enviado hoje, o Governo considera que a decisão da Galp de descontinuar a refinação em Matosinhos “levanta preocupações” em relação ao destino dos trabalhadores, mas lembra que as medidas anunciadas se inserem num processo que visa a descarbonização do setor energético.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática manifesta-se disponível para se reunir com a Galp e com as estruturas representativas dos trabalhadores, “exigindo da empresa todo o empenho e sensibilidade social para procurar soluções para o futuro próximo”.

Entre os pesos pesados, o BCP seguia em queda de 5,52% para 0,12 euros, a Jerónimo Martins recuava 1,49% para 13,88 euros e a EDP descia 1,25% para 4,83 euros.

A bolsa de Lisboa viveu um ano invulgar em 2020 devido à pandemia de Covid-19, mas após as fortes quedas registadas principalmente em março o seu desempenho foi melhorando, sobretudo a partir de outubro.

A duas semanas do fim de 2020, o índice PSI20 acumula perdas inferiores a 9% desde o início do ano, tendo atingindo um máximo de 5.435,88 pontos em 19 de fevereiro e um mínimo de 3.596,08 pontos um mês depois, no dia 19 de março.

Lisboa seguia a negociar entre uma Europa que segue com quedas acentuada com os investidores pessimistas perante a incerteza que gerou nos mercados a nova variante da Covid-19 que fez regressar o Reino Unido ao confinamento.

Os países da União Europeia (UE) vão reunir-se esta segunda-feira, ao mais alto nível político, para coordenar respostas à nova variante do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido, numa reunião de emergência convocada pela presidência alemã do Conselho.

A reunião é realizada por videoconferência, dada a pandemia, e arranca pelas 11h de Bruxelas (10h em Lisboa), tendo como único ponto da agenda a “coordenação das respostas da UE à recém identificada variante da Covid-19 no Reino Unido”, segundo Sebastian Fischer.

Da reunião de hoje de manhã deverá resultar uma abordagem coordenada à nova variante, numa altura em que os Estados-membros equacionam medidas como a suspensão de viagens com o Reino Unido ou a introdução da obrigatoriedade de realização de testes para quem chega do país.

Ainda assim, foram já alguns países que anunciaram medidas, entre os quais Portugal, que decretou, a partir de hoje, restrições à entrada de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, permitindo apenas a entrada de cidadãos nacionais ou legalmente residentes no país.

Segundo o Instituto Ricardo Jorge, ainda não foram identificados em Portugal casos da nova variante do SARS-CoV-2, que é até 70% mais contagiosa.

Outros Estados-membros como Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália, Áustria, França e Bulgária também adotaram medidas restritivas, como suspensão de viagens aéreas ou ferroviárias.

As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.

O crude de referência, o Brent seguia também a negociar com fortes perdas de 3,29% até aos 50,54 dólares.

LUSA/HN

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