“Os peixes meros morreram por ação de um agente patogénico de natureza viral responsável por retinopatia e encefalopatia viral, ou seja, morreram por ação de um vírus que provoca a destruição do sistema nervoso central e do olho”, referiu a tutela, com base no resultado de um estudo resultante de um protocolo do Governo dos Açores com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Em 27 de setembro, na sequência de vários avistamentos nas águas da região de arrojamentos e mortes, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) interditou temporariamente a pesca de mero.
De acordo com a nota de imprensa, o surto viral “manifestou-se em indivíduos adultos, parasitados, após o período de reprodução, e sujeitos a stress fisiológico adicional devido a um aumento da temperatura da água do mar, e que por esta multiplicidade de fatores se encontravam com o seu sistema imunitário debilitado”.
Esta, é referido, “não é uma doença infecciosa transmissível ao ser humano”, mas “apela-se à população que mantenha as boas práticas indicadas anteriormente, nomeadamente que não consuma estes peixes”.
A pesca da espécie vai entretanto manter-se interditada para “dar continuidade aos trabalhos de monitorização para recolha de informação adicional pelas entidades competentes e comunidade científica”.
O objetivo é permitir “adaptar o plano de gestão deste recurso a esta pressão emergente”.
Em 08 de outubro, cientistas da Universidade dos Açores consideraram que não havia “qualquer evidência” que os arrojamentos e mortes de meros na região estivessem associados à pesca, considerando que se poderia estar perante surtos virais resultantes do aquecimento do mar.
Em comunicado, o instituto Okeanos da Universidade dos Açores recordou, na altura, que “já foram reportadas no passado situações comparáveis, envolvendo esta mesma espécie no Mediterrâneo, tipicamente associadas a surtos virais ou bacterianos, desencadeados durante períodos de aquecimento anormal do mar”.
LUSA/HN
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