Ministra da Saúde defende ação urgente na prevenção e tratamento da obesidade

28 de Outubro 2024

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, defendeu hoje que “é urgente uma ação” em relação à prevenção e ao tratamento da obesidade, depois de admitir que as estatísticas nacionais têm vindo a piorar nesta matéria.

“Admito que estamos a piorar os nossos resultados ou as nossas estatísticas e que, portanto, é urgente uma ação. Não só relativamente à promoção da saúde e à prevenção da obesidade, mas também ao tratamento, que tem não só uma componente medicamentosa, mas tem também uma componente cirúrgica”, sublinhou.

À margem da cerimónia de assinatura pública dos memorandos de entendimento para a implementação do programa “Be a Mom” no Serviço Nacional de Saúde, que decorreu em Coimbra, Ana Paula Martins admitiu que é necessário “fazer muito mais” do que foi feito até agora.

“Consideramos que a obesidade é efetivamente um programa prioritário e que uma grande parte, não toda, mas uma grande parte daquilo que pode ser feito, para minimizar aquele que é um dos maiores fatores de risco das doenças crónicas, é de facto a prevenção”, alegou.

Especialistas defendem a comparticipação de medicamentos específicos para tratar a obesidade e, para melhorar o acesso a consultas e tratamentos, pedem uma adaptação dos modelos de incentivo e contratualização nos hospitais e centros de saúde.

Em declarações à Lusa no dia em que a Assembleia da República acolhe uma conferência para debater as soluções para agilizar o acesso a consultas e tratamentos, a presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) lembrou que, 20 anos depois de Portugal considerar a obesidade uma doença crónica, “muito pouca coisa foi feita”.

“É preciso tomar medidas. Há todo um processo assistencial integrado de obesidade que é preciso pôr em prática”, disse Paula Freitas, referindo que é preciso aumentar o acesso.

Em Coimbra, a ministra da Saúde aproveitou ainda para evidenciar aos jornalistas que voltaram a ser comparticipados dois fármacos para desabituação tabágica.

“Um deles, inclusive, é considerado um fármaco inovador, mais caro, mas que não quisemos deixar de comparticipar porque entendemos que é fundamental dar este apoio aos que querem deixar de fumar”, referiu.

NR/HN/Lusa

 

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Doze medidas de Saúde para qualquer novo governo

O Professor António Correia de Campos, Catedrático Jubilado e antigo Ministro da Saúde, aponta doze medidas de Saúde para qualquer novo Governo. Nelas, defende que os programas políticos para as legislativas de 18 de maio devem priorizar a integração das várias redes do sistema de saúde, reforçando a articulação entre hospitais, cuidados primários, cuidados continuados e ERPI. Propõe ainda soluções transitórias para a falta de médicos e aposta na dedicação plena para profissionais do SNS

Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights