Novos diagnósticos de VIH aumentam quase 12% na UE/EEE em 2023

28 de Novembro 2024

 A taxa de novos diagnósticos de pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) cresceu 11,8% de 2022 para 2023 na União Europeia/Espaço Económico Europeu, que inclui a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, indica um relatório divulgado hoje.

Intitulado “Vigilância do VIH/SIDA na Europa 2024 – dados de 2023”, o relatório é resultado de um trabalho conjunto do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e do Escritório Regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa.

No domingo assinala-se o Dia Mundial do Combate à SIDA, doença causada pelo VIH, cuja infeção afeta quase 2,6 milhões de pessoas na região europeia da OMS, particularmente na sua parte oriental. Desse total, 650.000 encontram-se na UE/EEE.

Em 2023, quase 113.000 pessoas foram diagnosticadas com VIH na região europeia da OMS (que inclui países da Europa de Leste e várias ex-repúblicas soviéticas, num total de 53 nações), incluindo cerca de 25.000 na UE/EEE, “embora os padrões e tendências epidémicas variem amplamente entre os países europeus”.

No caso dos países da zona da UE/EEE, a incidência do vírus passou “de 3,4 para 3,8 por 100.000 habitantes”, considerando o relatório ser provável que o aumento da taxa se deva à realização de mais testes ao VIH e ao “aumento de diagnósticos entre migrantes, particularmente de países de alta prevalência”.

Portugal faz parte dos 17 países (incluindo Alemanha, Áustria, Bélgica, Chéquia Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Irlanda, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega e Suécia) com mais da metade dos diagnósticos feitos a pessoas oriundas de outros países.

Mais de metade dos países da região europeia da OMS registaram um aumento de diagnósticos, tendo vários atingido um recorde relativo à última década, como é o caso do Azerbaijão, Cazaquistão, Finlândia, Islândia, Irlanda, Lituânia, Malta e Montenegro.

O relatório destaca que mais de metade dos diagnósticos na região europeia são feitos tardiamente, o que faz aumentar o número de pacientes e o risco de mortes devido à doença.

A propósito, o ECDC alerta para “a necessidade urgente de prevenção, testes oportunos, diagnóstico e acesso ao tratamento para melhorar a saúde e parar a transmissão, bem como de reduzir o estigma” ligado ao vírus.

As estimativas indicam que quase uma em cada três pessoas infetadas na região europeia da OMS desconhece-o, uma percentagem que cai para menos de 10% na UE/EEE.

Nesta zona, a SIDA e as taxas de mortalidade relacionadas com a doença diminuíram significativamente na última década, mas há evidência de um aumento recente.

LUSA/HN

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