Promovido pelo núcleo Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC/Norte), este projeto é apresentado no MarShopping às 19:00 numa sessão de entrada livre que também assinada o Dia Internacional do Voluntariado.
“É dar sem receber nada em troca (…). Embora não esteja à espera de receber nada, apoiar um doente oncológico, viver a sua realidade, acompanhar a sua história, impacta a vida do voluntário”, explicou à Lusa a coordenadora do apoio ao doente da LPCC/Norte, Monick Leal.
O projeto inclui um livro com testemunhos de voluntários e dos doentes apoiados, bem como vídeos que vão circular nas plataformas ‘online’ e redes sociais de instituições da área.
Segundo a coordenadora, o projeto também deverá circular por Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia e outras instituições.
O Dia Internacional do Voluntariado também será assinalado hoje no núcleo Norte com a entrega de insígnias a 46 voluntários.
Em causa está homenagear “a dedicação e entrega aos doentes oncológicos e seus familiares”, lê-se num resumo do evento marcado para as 10:30.
Na mesma cerimónia, 50 novos voluntários vão receber os seus diplomas.
Atualmente a LPCC/Norte conta com 370 voluntários hospitalares e mais de 5.000 voluntários comunitários.
A homenagem incluirá voluntários com cinco, 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40 anos de serviço.
Segundo um estudo feito no segundo semestre de 2023, no que diz respeito aos voluntários hospitalares a média de idades é de 62 anos.
Entre os 19 e os 30 anos, a LPCC/Norte tem 13 voluntários, enquanto entre os 31 e os 40 são 16 os voluntários.
Com idade entre o 41 e os 65, este núcleo conta com 164 voluntários, pouco mais do que na faixa etária dos 66 aos 75 que são 142.
Com mais de 75 anos são 35 os voluntários hospitalares que colaboram com a LPCC/Norte.
Questionada sobre se esta média de idades preocupa o núcleo, Monick Leal justificou com a maior disponibilidade das pessoas reformadas face aos jovens que passam por várias etapas na vida.
“Preocupar, não preocupa, e o cancro é uma doença do envelhecimento. Temos mais doentes oncológicos com mais idade do que com menos idades. Mas cada vez mais as pessoas têm diagnósticos mais precoces e tentamos acompanhar nesse sentido. Tentamos ter voluntários mais novos para que exista identificação numa etapa da vida que cada um está a viver”, disse.
Os voluntários da LPCC/Norte são maioritariamente mulheres: 278 mulheres e 92 homens.
Cerca de 229 estão em idade ativa e 141 são reformados.
Mais de 160 têm qualificações no Ensino Superior e 232 voluntários têm mais de cinco anos de serviço.
“Temos voluntários em todas as faixas etárias. As pessoas que estão em idade de reforma são mais certas e conseguem assumir o compromisso. Temos muitos jovens a candidatar-se como voluntários, mas os jovens estão numa etapa da vida em que têm muitas mudanças. Nas pessoas mais novas temos mais dificuldade com a continuidade e a Liga aposta muito na formação dos voluntários”, disse a coordenadora.
A LPCC/Norte tem voluntários hospitalares no IPO do Porto e no Hospital de Vila Real e em breve terá um grupo no Hospital de Braga.
No convite dirigido à Lusa sobre o evento lê-se que “ser voluntário hospitalar em oncologia é complexo é: dar apoio psicológico e acompanhar o doente e sua família em todas as fases da doença, auxiliar em alguns cuidados médicos, ser um ombro amigo, ser alguém com quem conversar e partilhar ou simplesmente ouvir os seus desabafos e estar apenas presente se assim o doente desejar”.
“A medicina e a oncologia evoluíram muito nos últimos anos, mas o médico, o enfermeiro e o auxiliar de saúde não substituem o papel do voluntário”, termina.
LUSA/HN
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