Na véspera de ser recebido por António Costa, para preparar o conselho de ministros que vai preparar novas medidas de combate à pandemia, Jerónimo de Sousa afirmou não querer pronunciar-se sem saber quais “são as questões que o Governo e o primeiro-ministro vão colocar”, e deixou um alerta.
“É claramente possível conjugar o combate à Covid-19 com o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, afirmou o líder comunista, depois de participar numa tribunal pública sobre o combate à pandemia e o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em que se exigiu mais investimento nesta área.
Jerónimo de Sousa lembrou que, na decisão quanto à obrigatoriedade do uso de máscara na rua, o PCP absteve-se por preocupações também quanto a direitos dos cidadãos.
“Abstivemo-nos porque temos uma preocupação: as soluções encontradas dão um poder de discricionariedade, designadamente às forças de segurança, que podem colidir com esse princípio fundamental desses direitos e liberdades”, afirmou.
E alertou que para a possibilidade de virem a existir “condições que acabarão por dar em conflito com muitos portugueses”.
O primeiro-ministro marcou com os partidos reuniões na sexta-feira e convocou para sábado um Conselho de Ministros extraordinário para definir novas “ações imediatas” para o controlo da pandemia da Covid-19 em Portugal.
Fonte do Governo disse à agência Lusa que, perante a evolução da pandemia em Portugal nas últimas semanas, a ministra da Saúde, Marta Temido, e a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, estão já a ouvir um conjunto de epidemiologistas.
Além das reuniões com os partidos com representação parlamentar e do Conselho de Ministros extraordinário, o ministro Estado da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, está a ouvir parceiros sociais.
Ainda no âmbito do combate à Covid-19, o primeiro-ministro participará hoje, ao fim do dia, num Conselho Europeu extraordinário, por videoconferência para procurar resposta coordenada a nível europeu.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.395 pessoas dos 128.392 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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