Mais de 12 mil utentes aguardavam por cirurgia no final de 2024 nos Açores

13 de Fevereiro 2025

Mais de 12 mil utentes aguardavam por uma cirurgia nos Açores, no final de 2024, um número superior em 13,5% ao registado no final de 2023, segundo dados da Direção Regional da Saúde.

“Em dezembro de 2024 aguardavam em LIC [lista de inscritos para cirurgia] um total de 12.164 utentes, o que corresponde a um aumento de 2,1% (mais 251 utentes), face ao mês anterior”, lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado hoje pela agência Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.

Segundo o boletim, em comparação com dezembro de 2023, em que aguardavam por cirurgia 10.713 utentes, a lista de espera aumentou 13,5%, havendo hoje mais 1.451 inscritos.

Desde maio de 2023 que o número de pessoas a aguardar por uma cirurgia nos Açores tem vindo a aumentar face ao período homólogo.

O boletim refere que os dados apresentados ainda são provisórios, lembrando que o incêndio que afetou o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, no dia 04 de maio, afetou a sua atividade assistencial.

O hospital de Ponta Delgada, o maior da região, era o que apresentava mais utentes em lista de espera (7.734), no final do ano, e o que registou a maior subida homóloga (17,6%), apesar de não ter verificado a maior subida face ao mês anterior (1,8%).

No Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) aguardavam por cirurgia em dezembro, 3.121 utentes, mais 4,1% do que em novembro e mais 8,3% do que no período homólogo.

Já o Hospital da Horta (HH) reduziu a lista de espera em 0,8% de novembro para dezembro, mas aumentou em 4,2% face a dezembro de 2023, apresentando 1.309 utentes inscritos.

Também o número de propostas cirúrgicas em espera nos três hospitais aumentou 13,1% em dezembro, face ao período homólogo, registando-se 13.470.

A diferença nos números resulta do facto de existirem utentes inscritos em mais do que uma cirurgia.

Segundo o boletim, no final de 2024, os açorianos esperavam, em média, 449 dias (quase um ano e três meses) por uma cirurgia, mais 59 dias do que em dezembro de 2023.

O tempo médio de espera aumentou nas três unidades de saúde, atingindo 482 dias no HDES, 416 no HSEIT e 340 no HH.

Foi no hospital de Ponta Delgada que o tempo médio de espera se agravou mais, com uma diferença de 76 dias face ao período homólogo.

Nas três, o tempo médio de espera estava acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.

Das cirurgias realizadas em dezembro nos Açores, 61,8% ocorreram dentro dos TMRG, mais 5,5 pontos percentuais do que no período homólogo (56,3%).

O relatório indica que foram realizadas em dezembro 586 cirurgias, menos 134 do que no mês anterior (18,6%) e menos 93 do que no período homólogo (13,7%).

Segundo a Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social, o boletim apresenta apenas os números da produção acrescida, no âmbito do programa CIRURGE, não contabilizando as cirurgias realizadas no período normal nos hospitais.

Em dezembro, deram entrada nos três hospitais da região 1.056 novas propostas cirúrgicas, mais 3,7% do que em novembro e mais 18,8% do que no período homólogo.

Verificaram-se ainda 191 cancelamentos de cirurgias, o que representou um aumento de 31,7% em relação a dezembro de 2023, mas uma redução de 19,7% face ao mês anterior.

O último boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores tinha sido publicado em outubro, com dados relativos a setembro.

NR/HN/Lusa

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ministério Público investiga cirurgia a Hugo Soares

O Ministério Público instaurou um inquérito ao caso de uma cirurgia que Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, realizou no ano passado no Hospital de Santo António, no Porto, confirmou hoje à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Consórcio português quer produzir terapias inovadoras com células CAR-T

Um consórcio português que junta clínicos, investigadores e académicos quer desenvolver capacidade nacional para produzir terapias inovadoras com células CAR-T, uma forma avançada de imunoterapia que tem demonstrado taxas de sucesso em certos cancros do sangue, foi hoje divulgado.

Consumo de droga em Lisboa aumentou e de forma desorganizada

Uma técnica de uma organização não-governamental (ONG), que presta assistência a toxicodependentes, considerou hoje que o consumo na cidade de Lisboa está a aumentar e de forma desorganizada, com situações de recaída de pessoas que já tinham alguma estabilidade.

MAIS LIDAS

Share This