“Avisam-se todos os utentes que, a partir do dia 31 de março, esta Unidade de Saúde estará encerrada. Todos os utentes do doutor Carlos Reis passarão a ser acompanhados na US de Souselo. Os agendamentos das consultas mantêm-se, sendo efetuadas em Souselo. Gratos pela compreensão”, pode ler-se num aviso afixado na porta da Unidade e cuja fotografia foi enviada à agência Lusa.
Num comunicado de imprensa enviado à agência Lusa, a Câmara de Cinfães, liderada por Armando Mourisco, afirma que “o Município de Cinfães foi hoje surpreendido com a colocação de um aviso que comunica o encerramento” da US de Moimenta.
Em reação e tendo em conta as “várias preocupações atuais”, Armando Mourisco enviou um pedido de esclarecimentos à administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Tâmega e Sousa, nomeada no final do mês de fevereiro e presidida por José Luís Gaspar.
No pedido de esclarecimentos, Armando Mourisco refere que, atualmente, há “muitos utentes com falta de médico de família” e aponta a US de Souselo, com cerca de cinco mil utentes, com “apenas um médico”.
Na US de Oliveira do Douro, “até então sem médico de família e, agora, apenas com médico às segundas-feiras, todo o dia, e às quartas-feiras, de manhã”, mas, destaca, só a atender apenas doentes crónicos (diabetes e hipertensos) e com agendamento desde agosto” de 2024.
“A criação das duas USF [Unidades de Saúde Familiar] anunciadas, a USF Serpa Pinto, em Cinfães, e a USF Douro Verde, em Souselo, encontram-se ‘congeladas’, à espera de vistorias. O atraso provoca a desilusão dos médicos de família e a vontade de sair deste concelho (apesar dos apoios que o município dá de 600 euros mês, acrescidos de outros benefícios)”, indica.
Na missiva, Armando Mourisco escreve que no Município foram “confrontados, sem auscultação, sem um simples telefonema ou um email, com um comunicado – frio e seco – que informa do encerramento” da US de Moimenta.
O autarca aponta ainda uma “preocupação acrescida” com o acordo de contratualização na área da fisioterapia com a Santa Casa da Misericórdia de Cinfães, e acordado com o “último presidente do conselho de administração, Henrique Capelas”, da ULS do Tâmega e Sousa.
“Mas sem efeito à data, visto a falta de uma autorização final da ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde], que mantém religiosamente os documentos sem despacho”, sublinha o presidente daquele município do distrito de Viseu.
Armando Mourisco realçou ainda a “preocupação com os utentes, que tão prejudicados têm sido, na prestação dos cuidados de saúde, ainda por cima uma população envelhecida e, por consequência, mais carenciada desses cuidados”.
lusa/HN
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