Governo reúne-se com médicos do Hospital Central de Maputo para travar greve

3 de Junho 2025

O Ministério da Saúde de Moçambique reuniu-se hoje com médicos afetos ao Hospital Central de Maputo (HCM) para travar uma greve convocada pela classe, que exige o pagamento das horas extraordinárias, avançou à Lusa fonte do grupo.

“Durante a reunião, que contou com a presença do próprio ministro da Saúde [Ussene Hilário Isse] e a direção do hospital, eles apresentaram uma proposta e nós apresentámos a nossa para que paguem o que nos devem. Ficaram de avaliar e, até final do dia, aguardamos por uma resposta. A greve não é o nosso objetivo e, por isso, até estamos abertos para negociar uma modalidade de pagamento. Mas caso não haja uma resposta satisfatória, vamos avançar”, declarou à Lusa o porta-voz do grupo de médicos do HCM.

Os médicos do HCM, o maior do país e a principal na capital moçambicana, ameaçaram, em finais de maio, paralisar o trabalho extraordinário a partir do dia 01 de junho, exigindo o pagamento das horas extra.

Numa carta dirigida ao diretor-geral do HCM, consultada pela Lusa, os profissionais ameaçavam interromper os serviços a partir das 15:30 de domingo, além dos feriados e fins de semana, até que a dívida, que se estende por 13 meses, seja liquidada.

“Eles dizem que o Estado não tem dinheiro para pagar os médicos, mas o mesmo Estado tem dinheiro para movimentar a tocha da unidade de Cabo Delgado até Maputo. Isso não faz sentido”, acrescentou o porta-voz do grupo, em alusão à tocha da unidade nacional, que marcha desde o norte, devendo percorrer todo o país até chegar a Maputo, em 25 de junho, culminando com as celebrações dos 50 anos da independência.

Em 27 de maio, o Governo moçambicano pediu diálogo aos médicos do Hospital Central de Maputo (HCM).

“Tem sido repetitivamente dito da nossa parte que a única alternativa que temos é de continuar a conversar. Não existe uma medida mágica para paralisar qualquer que seja a intenção de manifestar-se, seja por um direito, seja por qualquer outra razão, sobretudo num contexto de limitação de recursos, quando sabemos que a solução passa necessariamente por disponibilizar esses recursos”, declarou, na altura, o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa.

O setor da saúde enfrenta, há três anos, greves e paralisações convocadas pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que abrange cerca de 65.000 profissionais de saúde de diferentes departamentos.

O Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentou também, nos últimos dois anos, diversos momentos de pressão, provocados por greves de funcionários, convocadas pela Associação Médica de Moçambique (AMM) exigindo as melhorias das condições de trabalho.

O país tem um total de 1.778 unidades de saúde, 107 das quais são postos de saúde, três são hospitais especializados, quatro hospitais centrais, sete são gerais, sete provinciais, 22 rurais e 47 distritais, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

NR/HN/Lusa

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