Controlo da pandemia em Macau vai trazer rápida recuperação económica

9 de Dezembro 2020

Um responsável chinês disse esta quarta-feira que o Governo de Macau conseguiu responder de forma perentória à pandemia e que o território vai conseguir uma rápida recuperação económica.

Durante o Fórum Global de Economia Turística, organizado por Macau, o ministro da Cultura e do Turismo da República Popular da China, Hu Heping, afirmou que o Governo de Macau “respondeu à pandemia em tempo oportuno” e que por isso “conteve eficazmente a sua propagação”.

Macau foi dos primeiros territórios a ser atingido pela crise económica devido à pandemia, tendo registado o primeiro de 46 casos em 22 de janeiro. A partir daí, adotou várias medidas sanitárias para controlar a propagação do vírus, como o encerramento dos casinos por 15 dias, um plano de distribuição de máscaras e um forte controlo fronteiriço.

As medidas sanitárias mostraram-se eficazes, e desde 26 de junho que não é detetado qualquer caso. Por essa razão, Hu Heping acredita que “a economia de Macau vai recuperar rapidamente com o apoio do Governo Central” e “demonstrar melhor que nunca o seu papel de centro mundial de turismo assim como o seu papel de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa”.

A China, por outro lado, frisou o responsável, foi o “primeiro país do mundo a controlar a pandemia e a primeira potência a recuperar a economia”.

Também no Fórum, que está a decorrer presencialmente e online, o secretário-geral da Organização Mundial de Turismo, Zurab Pololikashvili, apontou que “Macau emergiu como um líder turístico”.

Já a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau lembrou que “de acordo com os dados da Organização Mundial de Turismo, nos primeiros oito meses de 2020, o número de visitantes internacionais caiu 70 por cento, a indústria turística foi globalmente fortemente atingida”.

“Enquanto destino internacional de turismo, os setores predominantes de Macau do turismo e do jogo foram profundamente afetados este ano, com as receitas a registarem uma acentuada diminuição”, afirmou.

As medidas antiepidémicas em Macau paralisaram praticamente a economia, quase exclusivamente dependente da indústria dos casinos e do turismo chinês.

Em 23 de setembro, as autoridades chinesas retomaram a emissão de vistos individuais e de grupo para o território, suspensos desde o início da pandemia, o que tem resultado numa subida gradual dos visitantes na capital mundial do jogo, ainda que muito abaixo de uma média mensal de cerca de três milhões de visitantes, em 2019.

As incertezas no território ainda são muitas, com as operadoras de jogo no território a apresentarem centenas de milhões de euros em prejuízos no terceiro trimestre do corrente ano.

Os casinos de Macau tinham fechado 2019 com receitas de 292,4 mil milhões de patacas (cerca de 24,7 mil milhões de euros).

Para 2021, o Governo prevê arrecadar 45,5 mil milhões de patacas (4,8 mil milhões de euros), o que, apesar de uma melhoria, está ainda muito longe das 112,71 mil milhões patacas (11,8 mil milhões de euros) arrecadadas em 2019.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.545.320 mortos resultantes de mais de 67 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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