“Espero que haja condições para manter o processo de vacinação como uma exceção a esse confinamento, embora a prioridade nas próximas duas ou três semanas continuará a ser, claramente, a vacinação em lares e entidades de cuidados continuados. Portanto, a questão de confinamento não coloca especiais preocupações”, afirmou Francisco Ramos à agência Lusa, sobre o cenário já admitido na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa.
“Se, de facto, isso vier a ocorrer ainda quando começar a vacinação nos centros de saúde, a expectativa é que possa ser considerada uma exceção – como há outras – e que as pessoas possam dirigir-se aos pontos de vacinação para assim a concretizarmos”, observou ainda o responsável da ‘taskforce’ de vacinação contra a covid-19.
Com a intensificação da pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), derivada dos novos máximos de casos e internamentos hoje atingidos, Francisco Ramos manifestou a esperança de que a situação não venha a condicionar nas próximas semanas a disponibilidade de profissionais de saúde para a administração de vacinas.
“Esperemos que não. A situação não é fácil, mas que nos permita em termos de plano de vacinação continuar a executá-lo para que daqui a alguns meses possamos ter o resultado desse processo”, notou, assinalando a adesão à vacina superior a 90% entre os profissionais de saúde e os residentes em lares e internados em unidades de cuidados continuados, confirmando a “expectativa positiva” das autoridades no arranque da primeira fase.
Portugal registou hoje o maior número de doentes internados devido à covid-19, 3.451, no dia em que também foram atingidos novos máximos de mortes e infeções pelo novo coronavírus.
Segundo o boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), a centena de óbitos foi hoje ultrapassada, com 118 mortos relacionados com a covid-19, doença que levou ao internamento de 3.451 pessoas, tendo sido também registados mais 10.176 novos casos de infeção, os valores diários mais elevados desde o início da pandemia, em março de 2020.
O número máximo de óbitos situava-se nos 98 mortos, notificados a 13 de dezembro, e em 10.027 novos casos diários de infeção pelo novo coronavírus, na última quarta-feira.
O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00:00 de 08 de janeiro, até dia 15.
Em Portugal, morreram 7.590 pessoas dos 466.709 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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