“Da forma como está a ser gerida, [a vacina russa] é mais um meio de propaganda e diplomacia agressiva do que um meio de solidariedade e ajuda à saúde”, afirmou, em declarações à rádio France Info.
“A Rússia anunciou, num ambiente muito mediático, que daria 30 mil doses aos tunisinos – muito bem Sputnik!”, referiu, com ironia, o ministro francês, sublinhando que o programa internacional de ajuda aos países menos desenvolvidos, o Covax, “já entregou 100 mil doses e vai entregar mais 400 mil até maio”.
“Este é um verdadeiro trabalho de solidariedade, é a verdadeira cooperação sanitária”, defendeu.
O chefe da diplomacia francesa apontou ainda a China como país que prefere usar a vacina para ganhar uma guerra de influências do que para proteger a sua população.
Quando a China anunciou “ter entregado 200 mil doses” ao Senegal, a Covax “já tinha entregado” o dobro, apontou Jean-Yves Le Drian.
O ministro francês acusou ainda o Reino Unido de “fazer chantagem” com as entregas da vacina da farmacêutica AstraZeneca porque tem “um problema” com a administração da segunda dose aos britânicos já vacinados uma vez.
“Não podemos fazer chantagem porque estamos um pouco atrasados” na distribuição da segunda dose da vacina, afirmou, lembrando que “a Europa não tem nada a ver” com esse problema.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.745.337 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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