OMS pede a países e empresas que partilhem recursos que controlam

23 de Abril 2021

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou esta sexta-feira para que países e empresas que detêm e controlam os recursos para combater a Covid-19 os partilhem, reiterando que são precisos 19 mil milhões de dólares este ano para distribuir vacinas pelo mundo.

Em conferência de imprensa no aniversário do lançamento da ferramenta ACT de aceleração da produção e distribuição de vacinas, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que é “preciso que os países e empresas que controlam recursos que podem salvar vidas que os partilhem”.

Isso significa “partilhar os recursos financeiros para subsidiar completamente o ACT”, partilhar doses de vacinas “para proteger quem está mais em risco, não só os mais ricos” e “ser transparente sobre doações bilaterais de doses de vacinas, para que se saiba quem tem o quê”.

Tedros Ghebreyesus apontou a situação epidemiológica na Índia como “um sinal devastador do que o [coronavírus SARS-CoV-2] pode fazer” que lembra a necessidade de “uma abordagem abrangente e integrada, com medidas de saúde pública, vacinas, diagnóstico e terapêutica”.

Será “um cenário recorrente mundo fora a não ser que se garanta acesso equitativo” a estes meios de combate à Covid-19, alertou.

O mecanismo internacional ACT, lançado pela OMS em colaboração com outras entidades, como a Aliança para as Vacinas GAVI, “precisa de 19 mil milhões de dólares este ano, o que é uma gota no oceano quando comparada com os biliões que os governos estão a gastar para apoiar as suas economias e os lucros gigantes que a maior parte dos fabricantes de vacinas estão a gerar”, considerou.

Enquanto isso não acontecer, vão continuar a morrer pessoas “sem vacinas, sem diagnósticos, sem meios de tratamento”, como acontece na Índia, frisou.

Através do ACT, 190 países aderiram ao mecanismo de distribuição de vacinas COVAX, através do qual foram enviadas 40 milhões de doses para mais de uma centena de países, ainda longe da meta estabelecida de garantir o acesso a 2,1 mil milhões de doses este ano.

No relatório de um ano de atividade estão ainda a reserva de 120 milhões de testes rápidos de antigénio para países de baixos e médios rendimentos e encomendas de mais de 60 milhões de testes rápidos e moleculares.

A meta para este ano é garantir o acesso a 900 milhões de testes para estes países.

Ainda através do ACT foram encomendadas 2,9 milhões de doses do medicamento dexametasona, o único aprovado pela OMS no combate à Covid-19, com uma meta estabelecida de 245 milhões tratamentos garantidos durante este ano.

LUSA/HN

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