“Aparentemente, com os dados que temos hoje, o mundo venceu este vírus”, afirmou o antigo governante numa conferência `online´ promovida pelo Movimento para a Cidadania Sénior (CIDSENIOR) sobre os desafios pós pandemia.
Segundo o especialista em saúde pública, a pandemia está a “aproximar-se de uma fase de estabilização”, com situações ainda muito difíceis na Índia e no Brasil, mas com indicadores favoráveis nos Estados Unidos, no Reino Unido, na China e nos países da União Europeia.
“Estes países representam cerca de um quarto da população mundial”, adiantou Adalberto Campos Fernandes, ao salientar que, a partir de junho ou julho, haverá “muita disponibilidade de vacinas no mundo inteiro”.
“Tive a informação numa reunião da Organização Mundial de Saúde (OMS) que os Estados Unidos tinham acabado de prometer uma doação, dentro de dias, para a iniciativa Covax [que disponibiliza vacinas a países menos desenvolvidos] de 25 milhões de vacinas Pfizer”, adiantou o ex-ministro, para quem o mundo está “no princípio do domínio desta besta negra que ficou conhecida como a pandemia da covid-19”.
Nesta conferência organizada em parceria com o Centro Nacional de Cultura, Adalberto Campos Fernandes referiu ainda que, a partir de julho, haverá um excedente de vacinas contra o coronavírus na maior parte dos países europeus.
“Entre as instalações industriais que estão a ser aumentadas na Europa e nos Estados Unidos e a chegada de mais duas ou três vacinas que estão praticamente prontas a entrar no mercado, estaremos com um naipe de vacinas que nos permite ter a população protegida”, referiu.
Relativamente a Portugal, o ex-ministro da Saúde disse que cerca de 1,5 milhões de pessoas estiveram em contacto com o vírus SARS-CoV-2 e que mais de dois milhões já receberam pelo menos uma dose da vacina, o que permite que o país esteja a “caminhar a passos largos para ter 40% da população com anticorpos, com imunidade natural ou artificial”.
“O verão vai ser muito próximo do normal”, perspetivou Adalberto Campos Fernandes, ao manifestar-se convicto de que os próximos anos serão de grande crescimento e desenvolvimento económico em todo o mundo.
“Vamos ter três ou quatro anos pela frente em que vai predominar um grande crescimento da economia, uma sensação de riqueza e bem-estar no mundo que não víamos há muito tempo, um aumento das taxas de natalidade e da criação de emprego”, defendeu.
Perante estas perspetivas da pandemia, Adalberto Campos Fernandes admitiu que a OMS está cada vez mais perto de declarar o fim da pandemia, o que poderá ser equacionado já no terceiro trimestre deste ano.
Sobre a recuperação dos atrasos verificados no Serviço Nacional de Saúde desde o início de 2020, o ex-governante considerou que “não resta outra opção” ao Governo senão “abrir o setor público na sua máxima potência e pedir ajuda aos setores privado e social”.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.152.646 mortos no mundo, resultantes de mais de 149,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.974 pessoas dos 836.033 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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