“A pandemia de covid-19 provocou um ‘tsunami’ de sofrimentos. Mais de 3,4 milhões de vidas perderam-se. Cerca de 500 milhões de empregos foram destruídos. Milhares de milhões de dólares foram subtraídos aos orçamentos das empresas”, disse Guterres, na abertura da reunião anual dos membros da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Os mais vulneráveis são os que sofrem mais e temo que esteja longe de terminado”, acrescentou.
O secretário-geral da ONU apelou ao mundo para que responda “de forma determinada e solidária para parar o vírus”, mas sublinhou que isso não será suficiente.
“Estamos em guerra contra um vírus. Precisamos da lógica e da urgência de uma economia de guerra, para reforçar a capacidade das nossas armas”, afirmou.
“Se não agirmos agora, encontrar-nos-emos numa situação em que os países ricos vacinarão a maioria da sua população e abrirão as suas economias, enquanto o vírus continuará a provocar profundos sofrimentos ao circular e sofrer mutações nos países mais pobres”, alertou.
Para Guterres, “mais picos e surtos poderão fazer centenas de milhares de vítimas e atrasar a recuperação económica mundial”.
O ex-primeiro-ministro português disse ter pedido na sexta-feira ao G20 para criar um grupo de trabalho que reúna os países com maiores capacidades de produzir vacinas, a OMS e instituições financeiras internacionais capazes de negociar com as farmacêuticas e outros atores-chave.
Este grupo de trabalho “deverá ter como objetivo pelo menos duplicar a capacidade de produção de vacinas, explorando todas as opções, desde licenças voluntárias e transferência de tecnologia até à partilha de patentes e à flexibilização dos direitos de propriedade intelectual”, disse.
O responsável da ONU pediu ainda que o grupo estude a questão da distribuição equitativa das vacinas a nível mundial.
“Estou pronto a mobilizar todo o sistema das Nações Unidas para apoiar este esforço”, afirmou.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.456.282 mortos no mundo, resultantes de mais de 166,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.017 pessoas dos 845.224 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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