De acordo com dados da Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, que regula o setor no arquipélago, em abril registou-se um movimento de 19.078 passageiros em voos domésticos, em embarques e desembarques, nos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do país.
Como cada passageiro é contado no embarque e no desembarque (aeroportos diferentes), trata-se de um movimento de 9.539 passageiros em voos domésticos, operados até 16 de maio apenas pela companhia aérea Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) e depois dessa data, em regime de concessão emergencial de seis meses atribuída pelo Governo, apenas pelos angolanos da BestFly.
O movimento de abril de 2021, com mais de 260 voos, compara com a ausência de ligações domésticas comerciais em abril de 2020, medida adotada pelo Governo de Cabo Verde para travar a transmissão da Covid-19 e que se prolongou até 15 de julho.
Em abril de 2019, antes das restrições e dos efeitos económicos da pandemia, também apenas com a TICV a operar as ligações internas, os voos domésticos em Cabo Verde envolveram praticamente 34.100 passageiros (68.199 movimentos). Em março de 2020, ainda no início da pandemia em Cabo Verde, foram transportados cerca de 19.900 passageiros (total de 39.807 movimentos) em voos domésticos.
O registo de 9.539 passageiros em abril passado compara com os 9.297 passageiros no mês anterior, de março (total de 18.594 movimentos), 7.141 passageiros em fevereiro (14.283 movimentos) ou 9.402 passageiros em janeiro (18.805 movimentos), os anteriores valores máximos mensais do último ano.
Em 2020, os voos domésticos em Cabo Verde, operados apenas pela TICV, do grupo espanhol Binter, movimentaram cerca de 125 mil passageiros, menos 286 mil (-230%) face ao ano anterior, face às restrições impostas pela pandemia de covid-19.
Em 2017, os passageiros das ligações aéreas domésticas em Cabo Verde atingiram o recorde de quase 465 mil (movimento total de 929.595 embarques e desembarques), com mais de 10.200 voos.
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse em março que o Governo estava disponível para intervir no setor dos voos domésticos, para evitar que haja “interrupção” nas ligações interilhas, o que acabou por acontecer dois meses depois, com a escolha da BestFly, face à ausência de bilhetes à venda pela TICV a partir de 17 de maio, com o executivo a apontar a alegada intenção da companhia de deixar o mercado cabo-verdiano, face às dificuldades financeiras provocadas pela pandemia.
“Deixem-me ser claro. Quer nos transportes aéreos interilhas, quer internacionais, o Governo está a atuar e a intervir onde for necessário para não haver descontinuidade, para que não haja interrupção, para que não haja falência do sistema. Essa é a nossa responsabilidade”, afirmou o primeiro-ministro.
LUSA/HN
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