“Vamos seguir aquilo que seja a aprovação da EMA [regulador europeu] para uma eventual terceira dose de vacina e a aprovação de uma terceira dose ainda não está nas orientações da EMA. O que alguns países referem é que, caso essa situação se verifique, avançarão nesse sentido. Nós aguardamos essa decisão”, afirmou Marta Temido, numa entrevista à SIC.
A governante lembrou também que devem ser conhecidos os resultados de alguns estudos no final deste mês e que essas informações serão tidas em conta, bem como o “conhecimento de que os indivíduos não têm uma resposta imunitária igual” perante o vírus SARS-CoV-2.
Contudo, Marta Temido subscreveu também a posição que tem sido defendida pela Organização Mundial de Saúde no sentido de haver uma maior equidade na distribuição das vacinas pelos países mais ricos face a nações mais fragilizadas e com baixas taxas de vacinação.
“Não há dúvida nenhuma de que só conseguiremos vencer este problema em definitivo quando todos estivermos protegidos contra ele. Daí os esforços que temos tido enquanto país – no contexto dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] e enquanto Estado-membro da União Europeia nas relações com mecanismos como o Covax – para distribuir vacinas a países mais frágeis. É essencial a ideia de que ninguém estará a salvo enquanto não estivermos todos a salvo”, asseverou.
Já sobre a atual situação epidemiológica em Portugal, Marta Temido fez questão de notar “alguma estabilidade” nos números de novos casos de infeção em relação ao que se verificou em junho ou julho, devido à generalização da variante Delta. “Estamos num planalto bastante elevado e isso é o aspeto que justifica que mantenhamos a precaução”, sintetizou.
A ministra da Saúde comentou ainda o incidente com algumas vacinas no centro de vacinação do Queimódromo, no Porto, em que se registou uma quebra na cadeia de frio, garantindo que o ministério e a ‘task force’ estão ainda à espera de respostas de diversas instituições.
“É uma resposta que a análise de farmacovigilância realizada pelos peritos do Infarmed irá dar a muito curto prazo e depende de vários elementos que foram pedidos em termos de informação”, sustentou, acrescentando: “Aquilo que se perguntou foi, por um lado, às companhias farmacêuticas qual era a análise que tinham, e, por outro, à Agência Europeia do Medicamento o que é que recomendava”.
Marta Temido não descartou o cenário de uma eventual readministração de vacinas em alguns dos utentes afetados por esta situação.
“As pessoas estão a ser seguidas para despistar alguma reação. Vamos avaliar qual é a condição de estabilidade daquele produto e aquilo que poderá acontecer, mas é uma hipótese remota, é que haja necessidade de revacinação de algumas pessoas. Apesar de as condições não terem sido as ideais, podem ainda estar dentro do patamar de segurança e é isso que queremos saber”, sentenciou.
LUSA/HN
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