“A mudança para um nível de alerta mais baixo do Reino Unido é um grande momento para o país e um verdadeiro testemunho da determinação do povo britânico em vencer este vírus”, afirmou hoje, através da rede social Twitter.
O Reino Unido baixou esta sexta-feira o nível de alerta relativo à pandemia Covid-19 no país para o grau 3, indicando que a taxa de contágio e o perigo para a saúde pública foram reduzidos.
“Houve uma diminuição constante nos casos observados nas quatro nações, e isso continua. Não significa que a pandemia acabou. O vírus ainda está em circulação geral e é provável que apareçam surtos localizados”, justificaram os diretores gerais de saúde de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, num comunicado conjunto.
Segundo o ministro da Saúde, a queda da taxa de infeção e o facto de os serviços de saúde públicos não terem ficado sobrecarregados mostra que “o plano do Governo está a funcionar”.
Mas a avaliação dos resultados da estratégia do executivo não é consensual, e hoje a imprensa britânica faz críticas duras aos vários fracassos registados nos últimos meses.
“Quantos mais corona fiascos?”, pergunta o Daily Mail em manchete, a propósito do recuo do Governo no desenvolvimento de uma aplicação de telemóvel própria para o rastreamento de casos de contágio, em desenvolvimento e testes há meses.
Matt Hancock admitiu na quinta-feira que o Governo vai afinal optar pela tecnologia fornecida pela Apple e pela Google, cujos sistemas operativos dominam o mercado dos telemóveis.
“Depois do caos do PPE [equipamento de proteção] e dos testes, o ministro elimina a própria aplicação… e a nova versão poderá nem estar pronta no inverno”, exclama o Daily Mail, normalmente favorável ao governo conservador.
O The Times também considera que este novo solavanco põe em causa o sistema de rastreamento do vírus que o Governo qualificou de crucial para o desconfinamento do país e controlo da pandemia.
Perante o acumular de recuos do governo, o jornal diz em editorial que o primeiro-ministro, Boris Johnson, “precisa de tranquilizar o país de que ele tem realmente um plano para sair desta confusão”.
A revista da edição desta semana Economist, ilustrada com uma bandeira do Reino Unido com buracos em forma de coronavírus, escreve em manchete que esta “não foi o melhor momento” do país.
Num editorial onde reflete sobre os vários passos em falso dados desde o início de março, com destaque ao atraso no confinamento, delibera em editorial: “O Reino Unido tem o governo errado para a crise Covid”.
De acordo com os dados de quinta-feira, o Reino Unido registou desde o início da pandemia Covid-19 42.288 mortos, o mais alto na Europa e o terceiro maior número a nível mundial, atrás dos EUA e Brasil.
LUSA/HN
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