“Eventualmente vai ser exigido testes à partida às pessoas que visitam o arquipélago”, disse o diretor nacional de Saúde, Artur Correia, na habitual conferência de imprensa, na cidade da Praia, ilha de Santiago, para fazer o ponto de situação do novo coronavírus no país.
Desde 19 de março que Cabo Verde está fechado às ligações aéreas internacionais, uma medida definida pelo Governo para travar a propagação da covid-10 no arquipélago.
A retoma dos voos internacionais estava prevista para este mês, mas sem a obrigatoriedade de testes antecipados, mas após aumento de casos no país e no exterior, o regresso das ligações ao estrangeiro foi adiado para agosto.
Os voos domésticos também deveriam ser retomados em 30 de junho, sem obrigatoriedade de testes, mas vão arrancar na quarta-feira, com testes a pessoas que viajam das ilhas de Santiago e Sal, os dois principais focos de transmissão no país.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro não se comprometeu com datas para a retoma das ligações internacionais.
“No momento próprio serão definidas a data e as condições para a retoma dos voos internacionais de passageiros”, disse Ulisses Correia e Silva, nesse dia, quando anunciou as condições para a retoma dos voos domésticos.
O diretor nacional de Saúde considerou que a abertura das fronteiras aos voos internacionais em agosto será um “novo desafio” e as autoridades do país estão a preparar-se para que “menos pessoas possíveis” entrem no país infetadas com a covid-19.
Na conferência de imprensa, Artur Correia destacou duas grandes fases da doença no país, sendo a primeira com o confinamento imposto pelos sucessivos períodos de estado emergência por ilhas, que terminaram em 29 de maio.
A segunda fase aconteceu no pós-confinamento, a partir de 01 de junho, com um aumento de casos em Cabo Verde e no mundo inteiro, pelo que voltou a apelar para “mais responsabilidade”, sobretudo dos jovens, para proteger pessoas idosas e de risco.
Artur Correia indicou que o grupo etário que mais sofre óbitos é a partir dos 61 anos, com 15 das 19 mortes provocadas pela doença no país, que tem neste momento 12 pessoas em isolamento hospitalar, dos 921 casos ativos em todo o arquipélago, a maioria em isolamento institucional e domiciliar.
O diretor nacional de Saúde mostrou-se confiante de que o país vai controlar a evolução da pandemia a um nível estável em todos os locais, dizendo não acreditar em novo confinamento, a não ser que a situação fique descontrolada.
Relativamente ao Sal, Artur Correia afirmou que o país pretende começar a dar uma “resposta mais rápida” ao novo coronavírus com o laboratório de virologia que começou a funcionar na ilha, um dos focos de transmissão da doença no arquipélago.
“Há esperanças na ilha do Sal, com um diagnóstico muito mais célere com o novo laboratório e conseguiremos dar uma resposta mais rápida”, previu Artur Correia, indicando que brevemente vai começar a funcionar outro laboratório na Praia e, posteriormente, no Fogo, juntando-se aos da Praia e de São Vicente.
O país registou hoje mais 24 casos, elevando-se para 1.722 os casos acumulados de covid-19 desde 19 de março, com 19 óbitos, dois doentes transferidos para os seus países, 780 dados como recuperados e 921 casos ativos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 569 mil mortos e infetou mais de 12,92 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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