Abandono de medicação por doentes respiratórios preocupa associações

17 de Julho 2020

Várias associações de doentes e sociedades médicas juntaram-se no alerta a doentes respiratórios para as consequências do abandono de medicação durante os meses de verão, através de uma campanha de sensibilização.

A campanha de alerta para doentes respiratórios, com o nome ‘Neste verão não dê férias à sua medicação’, decorre até 15 de setembro e junta a Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e Outras Doenças Respiratórias Crónicas (Respira), Associação Portuguesa de Asmáticos (APA), a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).

Segundo refere o comunicado conjunto, “as taxas de adesão à terapêutica são mais baixas nos meses de verão, aumentam no outono e permanecem altas durante os meses de inverno até à primavera, sendo julho o mês com menor taxa de adesão à terapêutica nos doentes asmáticos”.

Os estudos “revelam que 50% dos medicamentos para as doenças crónicas não são tomados como prescritos pelo profissional de saúde, variando a taxa de adesão à terapêutica entre 22% e 78% no que refere a doentes asmáticos ou com doença pulmonar obstrutiva crónica”.

“Para além destes números, existe um padrão relativamente às exacerbações da asma com um pico mais acentuado no mês de setembro”, realça ainda.

Para a presidente da associação Respira, Isabel Saraiva, citada no comunicado, “é natural que por vezes surja algum cansaço por parte dos doentes no cumprimento diário de uma terapêutica e que o verão e as férias conduzam a uma atitude de maior esquecimento”.

Mas alerta que “este tipo de comportamento conduz a situações de risco” e que é “urgente alertar todos os doentes respiratórios para a importância de cumprir a terapêutica 365 dias por ano”.

Já o presidente da APA, Mário Morais de Almeida, salientou que “estas campanhas são fundamentais para consciencializar os doentes para a importância de manter um tratamento sem interrupções”.

Por seu lado, o presidente da SPP, António Morais, alertou que alguns doentes abandonam a terapêutica durante o verão.

“Esta situação leva à exacerbação de novas crises, que não se sentem no imediato, mas que podem ter uma relação direta com este abandono no futuro. Este ano, com a presença da covid-19, esta situação torna-se ainda mais grave, na medida em que os doentes respiratórios, que já são um grupo de risco, podem ver o seu estado de saúde agravar-se”, concluiu.

LUSA/HN

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