Grupo farmacêutico Raul Vieira com plano “otimista” de duplicar vendas em 2021

26 de Julho 2020

O grupo farmacêutico Raul Vieira tem um plano “otimista” de duplicar as vendas em 2021, depois de este ano ter visto a sua atividade estagnar, com a pandemia de covid-19.

Em entrevista à Lusa, a administradora Maria de Macedo admite que o “ano não está a ser bom” tendo em conta o impacto da covid-19 no negócio, que impediu visitas a médicos e farmácias para mostrar medicamentos.

No final do ano passado, a empresa tinha levado a cabo um investimento para preparar a comercialização de um novo medicamento. “Quando começaram os resultados começou a pandemia. Estamos proibidos de visitar os médicos. As consultas pararam e também não podemos visitar as farmácias”, que, por sua vez, assistiram a uma quebra nas vendas, referiu.

Agora, de acordo com a administradora, os contactos estão a regressar “timidamente”, e o grupo está a apostar em medicamentos de base natural e biorreguladores, um segmento que ainda está pouco por explorar em Portugal.

“Com uma equipa muito bem formada, podemos ir buscar quota de mercado, temos uma equipa pequena e muito espaço para crescer, mesmo que o mercado se retraia 50%”, acredita Maria de Macedo.

O grupo, com 25 trabalhadores, registou no ano passado uma faturação de 1,7 milhões de euros e manteve todos os trabalhadores em formação, sem ‘lay-off’ durante o confinamento, segundo a administradora.

 A empresa, que representa sobretudo laboratórios alemães, acumula uma queda nos negócios de 17%, mas acredita que pelo menos vai atingir os valores do ano passado, de acordo com Maria de Macedo, justificando que as vendas em 2019 já foram baixas.

“Temos um plano otimista de duplicar as vendas para o ano”, indicou a administradora.

“Contamos com novos medicamentos que vão ser aprovados e não há razão para a nossa quota não subir”, referiu, indicando que o grupo já faturou mais, mas que, com a reestruturação dos laboratórios, as vendas acabaram por diminuir.

A empresa, com 100 anos de atividade e 100% de capital nacional, foi fundada em 1920 por Júlio de Macedo. Hoje é liderada por duas das suas quatro bisnetas.

Com quase 1.000 pontos de venda em Portugal, o grupo viu aumentar a procura de medicamentos que aumentam a imunidade, durante a pandemia, sendo que Maria de Macedo admite que possam comercializar uma vacina ou medicamento para tratar a covid-19.

“Já tivemos vacinas, o nosso bisavô começou assim e temos derivados de plasma humano. Infelizmente há um grande monopólio, mas sim faria sentido sempre e quando fosse um medicamento seguro”, indicou, quando questionada sobre este assunto.

LUSA/HN

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