“Não é justa, não é correta, a forma como a TAP trata o Porto Santo e a região e, por isso, não me vou calar”, declarou Idalino Vasconcelos à agência Lusa.
O autarca porto-santense argumentou que a TAP é uma empresa pública, pelo que “ tinha o dever de tratar a linha aérea Porto Santo – Lisboa com o cuidado que a ilha merece por direito constitucional”.
O responsável municipal argumentou que esta companhia aérea devia criar de “uma ponte aérea, a preços justos e adequados, mas prefere fazer viagens de longo curso e ignora o Porto Santo”.
“Basta ver as promoções no site da TAP e ver as opções daquela empresa, ignorando o Porto Santo, que é uma parcela do território português”, apontou, referindo que uma viagem entre a ilha e Lisboa está presentemente a custar “cerca de 600 euros”.
O autarca mencionou que transmitiu estas preocupações ao Governo e o Presidente da República, mas “sem resultados à vista”.
Idalino Vasconcelos salienta que tem apelado para a resolução do que considera ser “os grandes entraves à economia” daquela ilha afetada pela dupla insularidade.
Entre essas, enunciou “a mobilidade e custo escandaloso das ligações aéreas entre o Porto Santo, Madeira e Portugal continental”, as “acessibilidades e ligações entre as ilhas, em especial no transporte marítimo regional e regular no mês de janeiro” e as “transferências do Orçamento do Estado extremamente diminutas e injustas”.
“Tenho sensibilizado regularmente o Governo Regional e demonstrado a minha insatisfação para que o Governo da República corrija uma injustiça na distribuição das verbas de Orçamento de Estado”, disse, complementando “não ter ilusões”, porque tem sido visível a forma “como a República trata a região”.
O responsável social-democrata pelo município do Porto Santo ainda realçou que a ilha pretende ver “retomada a operação aérea da Dinamarca”, bem como com Inglaterra, Alemanha e Itália “assim que a situação possa evoluir favoravelmente”, como forma de trazer mais turistas ao Porto Santo.
Idalino Perestrelo recorda que aquela ilha “é procurada pela sua natureza, tranquilidade, segurança e pela arte de bem receber”, tendo uma população que ronda os cinco mil habitantes e uma praia de areia amarela, fina, com nove quilómetros de extensão que “ostenta diversos galardões, entre os quais o das Sete Maravilhas de Portugal e Porto Santo Sem Lixo Marinho.
O responsável salientou que, este ano, o Porto Santo esteve em destaque em várias revistas de distribuição mundial pela segurança do seu areal, tendo sido recentemente aprovada a sua candidatura, pela Unesco, para inclusão na Rede Mundial de Reservas da Biosfera, cujo “anúncio final será feito no próximo mês de outubro”.
Também foi aprovada recentemente a candidatura para a recuperação e requalificação de 14 fontenários, três moinhos de vento e da Ecoteca do Porto Santo”, no âmbito do Programa Madeira 14-20, o que representa um investimento de 345 mil euros, o que é um “antigo desejo do povo do Porto Santo”, mencionou.
Estes projetos evidenciam a importância que o Porto Santo deve merecer como destino turístico, que tem resistido à sazonalidade, sendo uma ilha segura que enfrenta uma pandemia que afetou a vida das pessoas e a sua economia.
“Estamos sensíveis a este aspeto, mas este Covid-19 veio destruir o nosso modo de viver e de agir, por isso, todos temos de nos adaptar às novas circunstâncias e à realidade”, conclui.
LUSA/HN
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