Ministras da Saúde e da Segurança Social ouvidas hoje na AR sobre surtos em lares

16 de Setembro 2020

As ministras da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da Saúde, Marta Temido, vão ser ouvidas hoje no parlamento sobre os surtos de covid-19 ocorridos em lares de idosos, como o que ocorreu em Reguengos de Monsaraz.

As governantes irão prestar esclarecimentos numa audição conjunta nas comissões parlamentares de Saúde e de Trabalho e Segurança Social na sequência de requerimentos apresentados pelo CDS-PP, PSD e pelo Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que foram aprovados por unanimidade no passado dia 03 de setembro pela Comissão de Trabalho e Segurança Social.

No seu requerimento, o PSD diz que “a incapacidade que o Governo tem revelado em prevenir e combater recorrentemente a ocorrência de surtos em lares é gravíssima” e acrescenta que “a desresponsabilização e a desvalorização das gravíssimas ocorrências que culminaram na morte de 18 pessoas num lar de Reguengos de Monsaraz é politicamente incompreensível e humanamente inaceitável”.

Os sociais-democratas consideram “essencial e urgente esclarecer cabalmente a atuação” dos ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Saúde, nas respetivas áreas de atuação, relativamente aos lares de idosos, bem como dar a conhecer as medidas e ações para este setor” com vista “a minimizar ou evitar o aparecimento de novos surtos de covid-19” nestas instituições.

Além de requerer a audição das ministras da Saúde e da Segurança Social, o CDS-PP pretende também ouvir a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, salientando que “é dever do parlamento acompanhar tudo o que se relaciona com a pandemia” de covid-19, “designadamente as medidas que estão, ou deveriam estar, a ser tomadas em Portugal”.

O requerimento do PAN destaca que é preciso “o apuramento de responsabilidades e do que falhou em Reguengos, não obstante a investigação do Ministério Público, em termos de cuidados de saúde, bem como a nível de fiscalização da Segurança Social”.

“O PAN defende que o Governo tem de rever a sua estratégia de monitorização epidemiológica nas residências da terceira idade, bem como reforçar os profissionais de saúde nas instituições que acolhem a população mais vulnerável em termos de idade e em condições de vivência comunitária”, lê-se no texto.

O surto de covid-19 no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz, foi detetado em 18 de junho e provocou 162 casos de infeção e 18 mortes.

A maior parte dos casos de infeção (126) ocorreu no lar e atingiu 80 utentes e 26 profissionais, mas o surto alastrou-se e infetou também outras 56 pessoas da comunidade.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 929 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.875 em Portugal.

LUSA/HN

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