A informação consta de um dos documentos de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021, que o Governo entregou na quinta-feira ao parlamento e que também prevê para o próximo ano a conclusão da “conceção” do futuro Hospital Nacional de Cabo Verde, descrito como um “desígnio” do país.
Segundo o documento, consultado hoje pela Lusa, o objetivo é que a infraestrutura seja “uma referência nacional e internacional na região da África Ocidental, com elevados níveis de eficiência e em condições de sustentabilidade, em complementaridade e articulação com os hospitais existentes, em especial os hospitais centrais”.
O Governo prevê na proposta orçamental para o próximo ano, “após a conclusão das negociações com o Banco Mundial”, a disponibilização de um crédito de 500 a 1.000 milhões de escudos (4,5 a nove milhões de euros) para “reforço estrutural ao setor da saúde e aquisição de vacinas contra a Covid-19 para todos os cabo-verdianos”.
No último censo em Cabo Verde, realizado em 2010, a população residente no arquipélago então contabilizada foi de 491.875 pessoas, mas a estimativa atual aproxima-se dos 600 mil.
Cabo Verde registava em 05 de outubro um acumulado de 6.443 casos de Covid-19 diagnosticados desde 19 de março, com 68 mortos.
A proposta de Orçamento do Estado para 2021 ascende a 77.896 milhões de escudos (706,4 milhões de euros), o que corresponde a um aumento de 27,3 milhões de euros em relação ao Orçamento retificativo ainda em vigor, elaborado devido à crise provocada pela pandemia.
“Nunca o Estado foi chamado a intervir como hoje. E a intervenção do Estado significa gastar”, sustentou o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, depois de entregar na quinta-feira a proposta orçamental no parlamento, indicando a saúde, educação, proteção social e dos rendimentos, e apoio às empresas como algumas das áreas de maior investimento.
Depois de uma recessão histórica, entre 6,8% e 8,5% este ano, o ministro avançou que as previsões apontam para um crescimento económico no próximo ano de 4,5%, mas só se o país conseguir controlar a pandemia e se verificar um desconfinamento em todo o mundo.
Para o próximo ano económico, o Governo cabo-verdiano prevê ainda uma inflação de 1,2%, défice orçamental de 8,8%, uma taxa de desemprego a reduzir de 19,2% para 17,2% e uma dívida pública de 145,9% do Produto Interno Bruto.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e trinta mil mortos e mais de 35,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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