Em entrevista à agência Lusa, Marta Temido precisou que até outubro saíram 544 médicos do SNS por este motivo, enquanto em igual período de 2019 saíram 409.
Relativamente aos médicos especialistas, adiantou que em outubro havia 19.596 no Serviço Nacional de Saúde, mais 41 face a janeiro (19.555).
“É uma realidade muito distinta daquela que se tem referido que envolve médicos internos e médicos que não são médicos especialistas”, disse Marta Temido, considerando ser importante divulgar estes números para “aquilo que é a leitura desta realidade”.
Marta Temido lembrou ainda o concurso da primeira época de colocação de médicos recém-especialistas realizado este ano, em que foram abertas 911 vagas para a área hospitalar e foram aceites 584 contratos.
Das 435 vagas abertas para a área de Medicina Geral e Familiar, foram aceites 287 contratos e das 39 vagas para a área da Saúde Pública foram realizados 24 contratos.
“O Serviço Nacional de Saúde tem estado a modernizar-se, a renovar-se, a valorizar-se”, disse, sublinhando que este ano houve ainda 236 contratações extraordinárias de 236 médicos.
Marta Temido anunciou ainda que a segundo a época de concursos de recém-especialistas que decorrerá até ao final do ano terá cerca de 250 vagas.
“Todos os dias o Serviço Nacional de Saúde contrata novos profissionais de saúde. Claro, também todos os dias ou em muitos dias se aposentam profissionais e há profissionais que optam por outros locais de trabalho. Isto faz parte da dinâmica das relações laborais”, afirmou.
Questionada se numa situação de rutura devido à pandemia de covid-19 o sistema de saúde poderá funcionar como um todo, Marta Temido afirmou que “já há muito tempo” que o Serviço Nacional de Saúde tem relações com o setor privado e o setor social para um conjunto de áreas.
“Recordo sempre o caso dos testes laboratoriais para a SARS-CoV-2 [o vírus da covid-19] onde dos 111 pontos da rede, cerca de metade são do setor privado e da academia”, elucidou.
A ministra reforçou ainda que nas últimas semanas foram feitos vários acordos para o tratamento dos doentes covid-19 com o setor social e com setor privado, recordando os casos dos hospitais Fernando Pessoa, em Valongo, do CUF Porto, dos hospitais da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa do Lanhoso e da Santa Casa da Misericórdia de Lousada. Foi ainda realizado um acordo com uma das unidades da Trofa, na zona do Norte, que a partir de segunda-feira irá colaborar com o SNS.
Marta Temido adiantou que onde tem havido “muita dificuldade” é na disponibilidade de camas de cuidados intensivos.
“Estamos a continuar a trabalhar no sentido de verificar se também na área dos cuidados intensivos é possível melhorar a colaboração com o setor privado”, uma vez que o setor social terá pouca disponibilidade de camas nessa área, concluiu a ministra.
Portugal contabiliza pelo menos 3.824 mortos associados à covid-19 em 255.970 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
LUSA/HN
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