De acordo uma nota do gabinete do vereador com o pelouro da Educação e Direitos Sociais, Manuel Grilo (BE, partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS), a campanha consistirá em materiais informativos ‘online’ e em formato físico, um ‘quiz’ educativo, além de materiais audiovisuais para a Internet.
“Não há dúvida de que o tratamento para a infeção por VIH teve uma evolução enorme. No entanto, não podemos dizer a mesma coisa relativamente ao estigma e à discriminação que existe em relação às pessoas que vivem com VIH”, refere o coordenador do Centro Anti-Discriminação VIH e Sida, João Brito, citado no comunicado.
Por isso, defende, “a única forma de eliminar o estigma e a discriminação é explicar às pessoas como é que se transmite e como é que não se transmite a infeção”.
Já hoje, véspera do Dia Mundial da Sida, a Câmara de Lisboa irá associar-se à Direção-Geral da Saúde, iluminando a vermelho a estátua de D. José, no Terreiro do Paço.
Também citado no comunicado, Manuel Grilo defende que “é necessária uma resposta política para eliminar o estigma e a discriminação das pessoas que vivem com VIH, quer seja no trabalho, nos serviços de saúde, no acesso aos seguros ou em contexto social, familiar ou íntimo”.
Assim, esta terceira campanha do município aborda “a não discriminação, enquanto pilar da estratégia da cidade para eliminar a infeção por VIH até 2030”, acrescenta.
Segundo o estudo Stigma Index (2013), realizado pelo Centro Anti-Discriminação VIH e Sida, e referido na nota, em Portugal as pessoas que vivem com VIH são discriminadas uma ou mais vezes por ano, mas 60% não confrontam quem as discrimina.
Por outro lado, revela ainda o estudo, 51% das pessoas que vivem com VIH são alvo de difamação, 21% são forçadas a mudar de funções no trabalho, 11% são excluídas de atividades familiares e 9% viram ser-lhes recusados cuidados de saúde.
“O estigma associado ao VIH é causado, sobretudo, pelo desconhecimento sobre a infeção, pelo medo da transmissão e por estereótipos e preconceitos, que levam a atitudes discriminatórias. Por isso, a campanha #zerodiscriminação pretende sensibilizar para o impacto do estigma, melhorar o conhecimento sobre a infeção e contribuir para fazer de Lisboa uma cidade que não discrimina as pessoas que vivem com VIH”, lê-se na nota.
O quiz – “Será que discrimino” – e o vídeo da campanha serão divulgados no site oficial da campanha e nas redes sociais (Facebook e Instagram).
Além disso, serão colocados ‘mupis’ da campanha pelas ruas de Lisboa e serão distribuídos cartazes nos serviços municipais, hospitais, centros de saúde, escolas e outros locais da cidade.
Nos ‘mupis’ e cartazes pode ler-se: “avançámos no tratamento do VIH, mas o preconceito continua” e “vamos tornar Lisboa uma cidade #Zerodiscriminação”.
A campanha resulta de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Lisboa, o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e o Centro Anti-Discriminação VIH e Sida e conta com o apoio da Direção-Geral da Saúde (DGS), da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e de outras organizações que trabalham na área do VIH, em Lisboa.
LUSA/HN
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