Num caso analisado pelos investigadores, o medicamento foi dado a um paciente com Covid-19 que tinha um problema imunológico anterior e os seus sintomas melhoraram, acabando por se curar do vírus.
Na resposta à pandemia, faltam medicamentos antivirais eficazes contra o SARS-CoV-2, o que levou a comunidade científica a depositar esperanças no Remdesivir, concebido para tratar a hepatite C e usado eficazmente em infeções pelo vírus ébola, mas os ensaios clínicos no âmbito da resposta à Covid-19 não foram conclusivos.
No entanto, uma equipa clínica da Unidade de Toxicologia de Cambridge fez um novo estudo, justificando que “alguns realizados durante a primeira vaga de infeções podem não ser ideais para avaliar as propriedades antivirais” do Remdesivir, afirmou o investigador James Thaventiran.
“A mortalidade deve-se a uma combinação de vários fatores, que incluem, provavelmente, a replicação viral descontrolada e a resposta do sistema imunitário. Um ensaio clínico que só analise o impacto do Remdesivir na mortalidade terá dificuldade em distinguir estes dois fatores”, indicou.
Os investigadores afirmam que é provável que o Remdesivir seja mais eficaz quando tomado no início da infeção, antes de o vírus poder desencadear uma resposta imunitária potencialmente catastrófica.
Para tirar conclusões, concentraram-se num paciente de 31 anos com XLA, uma doença genética que afeta a capacidade de produzir anticorpos e combater infeções.
Depois de 30 dias com sintomas como febre ou inflamação pulmonar, o paciente tomou Remdesivir durante 10 dias e melhorou na capacidade respiratória, febre, náuseas e vómitos que sentia.
Ao mesmo tempo, os médicos verificaram que diminuíram progressivamente os níveis de proteína C reativa, uma substância produzida pelo fígado em resposta à inflamação, e um aumento do número das células imunitárias conhecidas como linfócitos.
Uma semana depois de ter alta, os sintomas regressaram e o paciente voltou a tomar Remdesivir durante 10 dias, registando novamente melhoras.
LUSA/HN
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