“A nossa preocupação é que as medidas de distanciamento sejam cumpridas e que seja dada uma proteção razoável àqueles que se deslocam aqui para votar”, disse Carlos Oliveira, cônsul-geral de Paris, em entrevista à Agência Lusa.
Apesar dos quase 250 mil inscritos, as eleições na capital francesa costumam contar com cerca de 1.000 pessoas a votar, um número que o diplomata espera que aumente, mas que compreende que se mantenha nos mesmos níveis devido à atual situação sanitária.
“Nós não sabemos quantas pessoas virão votar. Nós queremos que haja boa participação eleitoral, mas com números muito parecidos com estes tivemos cerca de 1.000 pessoas a votar, o que é pouco expressivo”, indicou Carlos Oliveira.
Com o voto a ser presencial, quem se deslocar ao consulado deve vir munido de máscara, algo que já acontece em todos os espaços fechados e na rua em França, e nas instalações haverá um percurso de entrada e saída para que os eleitores não se cruzem.
A ameaça às eleições em Paris é a possibilidade de um recolher obrigatório antecipado caso haja um agravamento da progressão da pandemia. Atualmente o recolher obrigatório começa às 20h00 e deve ficar em vigor até, pelo menos, dia de 20 janeiro.
“Deve imperar o bom senso. Se as pessoas têm o dia inteiro para votar, tem de haver o bom senso de vir votar mais cedo”, aconselhou o cônsul.
Caso haja um terceiro confinamento, uma possibilidade equacionada nos meios de comunicação franceses, o diplomata português considera que a situação terá de ser discutida com as autoridades francesas.
“Se esse cenário se equacionar, teremos de ver até que ponto as autoridades francesas são recetivas a um regime de exceção”, declarou.
As eleições presidenciais no Consulado Geral de Paris são uma operação que vai envolver cerca de 50 pessoas, entre as presenças nas mesas de voto e as pessoas que vão ajudar a respeitar as regras sanitárias dentro do edifício.
Quanto ao facto de o voto continuar a ser presencial mesmo numa altura de pandemia e quando as deslocações por parte da comunidade portuguesa podem acarretar algumas centenas de quilómetros, o cônsul prefere não se alargar nos comentários.
“É importante que se faça tudo que está ao alcance dos decisores para criar as melhores condições [de voto], agora abstenho-me de fazer mais comentários. […] Não estou absolutamente seguro que dependa só de nós haver afluência ao ato eleitoral, acho que há qualquer coisa mais que explica a falta de participação”, afirmou.
Um dos exemplos dados por Carlos Oliveira dessa menor participação nas eleições nacionais é o aumento da participação como eleitores e eleitos de portugueses e lusodescendentes nas eleições eleições municipais em França.
Para quem está destacado na capital francesa, vai ser possível votar nos dias 12,13 e 14 de janeiro. Nos dias 23 e 24 de janeiro será possível votar também no Consulado Honorário de Portugal em Tours e no Consulado Honorário de Portugal de Orleães.
LUSA/HN
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