Especialistas da OMS visitam centro de tratamento de doenças animais em Wuhan

2 de Fevereiro 2021

Especialistas da Organização Mundial da Saúde visitaram esta terça-feira um centro de tratamento de doenças animais em Wuhan, a cidade chinesa onde foram diagnosticados os primeiros casos de Covid-19, parte da investigação sobre as origens do novo coronavírus.

Peter Daszak, membro da equipa da OMS, disse aos jornalistas que esta visita foi “muito informativa”.

Daszak acrescentou na rede social Twitter que a equipa se reuniu com os colegas chineses encarregados da saúde do gado na província de Hubei, visitou laboratórios e teve uma discussão “aprofundada”, com uma sessão de perguntas e respostas.

Não foram divulgados mais detalhes sobre a visita.

Os investigadores da OMS usaram fatos de proteção durante a visita de hoje.

Fora do hotel e em espaços públicos, os especialistas usaram sempre máscara e trajes profissionais ou de negócios, mas não é claro se usaram trajes de proteção de corpo inteiro nos institutos de pesquisa, hospitais e mercados que visitaram anteriormente.

Negociações intensas precederam a visita da OMS a Wuhan, uma vez que a China controla rigidamente informações sobre o vírus.

O Governo chinês promoveu teorias, com poucas evidências, de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais.

Mas, na segunda-feira, funcionários da OMS em Genebra negaram as sugestões de que a equipa de especialistas não está a obter o acesso desejado ou dados suficientes.

A líder técnica da OMS para a Covid-19, Maria Van Kerkhove, disse que a equipa planeia ainda visitar o Instituto de Virologia de Wuhan.

Michael Ryan, chefe de emergências da OMS, disse que a agência continua a pedir mais dados, e que qualquer pessoa com informações sobre como a pandemia começou deve compartilhá-los com a organização.

Os dados que a equipa da OMS recolher em Wuhan serão o ponto de partida para o que se espera ser um trabalho de investigação que pode demorar anos.

Determinar a origem de um surto requer uma grande quantidade de pesquisas, incluindo amostras de animais, análises genéticas e estudos epidemiológicos.

A China restringiu amplamente a transmissão doméstica por meio de testes rigorosos e rastreio das cadeias de transmissão. O uso de máscaras em público é cumprido com rigor quase absoluto e bloqueios imediatos são impostos sempre que são detetados casos num determinado distrito ou cidade.

A China detetou 12 casos por contágio local na segunda-feira, a maioria na província de Heilongjiang, perto da Sibéria, onde o inverno é rigoroso.

As viagens foram drasticamente reduzidas durante o feriado do Ano Novo Lunar deste mês, com o Governo a oferecer incentivos para que os trabalhadores não regressem às respetivas terras natais durante a festa mais importante para as famílias chinesas.

LUSA/HN

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