Médicos pedem vacinas contra a Covid-19 com urgência para Moçambique, Maláui e Essuatíni

3 de Fevereiro 2021

A organização de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou hoje um pedido urgente para a entrega de vacinas para os profissionais de saúde em Moçambique, Maláui e Essuatíni, que enfrentam uma escalada no número de infetados.

“Com uma nova variante altamente infecciosa a espalhar-se pela África Austral, os trabalhadores de saúde em Moçambique, Malauí e Essuatíni estão a debater-se para conseguir tratar a escalada de pacientes infetados sem qualquer perspetiva de receberem uma vacina que os proteja do vírus”, lê-se num comunicado enviado hoje à Lusa.

“Estamos pasmados com a distribuição desigual de vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo”, disse a diretora de operações dos MSF, Christine Jamet, acrescentando: “Enquanto muitos países ricos começaram a vacinar os seus profissionais de saúde e outros grupos há quase dois meses, países como Moçambique, Malauí e Essuatíni, que estão a lutar para responder à pandemia, não receberam ainda uma única dose da vacina para proteger as pessoas que estão mais em risco, incluindo os profissionais de saúde na primeira linha”.

O número de casos em Moçambique é agora quase sete vezes mais alto do que durante o pico da primeira vaga da pandemia, dizem os MSF.

“Os profissionais de saúde estão a adoecer e aqueles que ainda estão a trabalhar estão exaustos”, disse a chefe de missão dos MSF em Moçambique, Natalia Tamayo Antabak.

“Seria indefensável se alguns países começarem a vacinar os cidadãos de baixo risco enquanto muitos países em África ainda estão à espera de vacinar os profissionais de saúde que estão na primeira linha”, disse a diretora de operações dos MSF, salientando que “esta é uma pandemia global que requer um espírito global de solidariedade para poder ser controlada”.

África registou nas últimas 24 horas mais 844 mortes por Covid-19 para um total de 92.368 óbitos, e 15.507 novos casos de infeção, segundo os mais recentes dados oficiais da pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 3.594.875 e o de recuperados é de 24.129, para um total de 3.074.154 desde o início da pandemia.

A África Austral continua como a região mais afetada, com 1.715.854 infetados e 49.849 mortos. A África do Sul, o país mais atingido pela Covid-19 no continente, regista 1.458.958 casos e 44.946 mortes, enquanto Moçambique regista 403 mortes e 40.260 casos de infeção.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Lusa/HN

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