Autoridades moçambicanas alertam que país enfrenta segunda vaga muito mais severa

8 de Fevereiro 2021

O diretor-adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique, Eduardo Samo Gudo, disse esta segunda-feira que o país está a enfrentar uma segunda vaga de Covid-19 muito mais severa, que só pode ser revertida através de restrições reforçadas.

O diretor-adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique, Eduardo Samo Gudo, disse esta segunda-feira que o país está a enfrentar uma segunda vaga de Covid-19 muito mais severa, que só pode ser revertida através de restrições reforçadas.

“Não temos dúvidas de que estamos perante uma segunda vaga muito mais severa”, declarou Eduardo Samo Gudo, em entrevista à emissora pública Rádio Moçambique (RM).

O ritmo acelerado, persistente e consistente das infeções enquadra-se na “definição clássica” de uma segunda vaga da pandemia, avançou.

Moçambique, prosseguiu, está com uma das mais altas taxas de positividade do novo coronavírus em África, tendo-se situado nos 31,2% na primeira semana deste mês.

“O número de casos por dia, nos primeiros sete dias deste mês, foi de 900, totalizando cerca de 5.500 casos numa única semana, e o número de óbitos por dia foi de 14, somando 103 em apenas uma semana”, frisou.

O incumprimento das medidas de prevenção durante a quadra festiva em dezembro foi “o gatilho” que fez as infeções dispararem, mas a situação foi exacerbada pela nova variante de Covid-19 detetada na África do Sul.

A nova estirpe detetada na África do Sul começou a circular em Moçambique em novembro do último ano, acrescentou.

“Temos uma transmissão mais acelerada”, apesar de a virulência e a severidade da nova estirpe se manter a mesma da primeira variante, referiu o diretor do INS.

“Medidas leves e moderadas já não revertem [o atual quadro], porque as cadeias de transmissão estão muito dispersas, só medidas restritivas severas é que podem desacelerar o ritmo de transmissões”, enfatizou Eduardo Samo Gudo.

Um elevado ritmo de infeções é que está por detrás da subida de internamentos, óbitos e pressão sobre a testagem e consequente demora na notificação dos resultados.

Eduardo Samo Gudo assinalou que Maputo é atualmente o epicentro de Covid-19, mas o país já conta com vários focos de transmissão comunitária, devido à multiplicação de cadeias de transmissão.

O país vive por 30 dias, desde a última sexta-feira, sob novas restrições face ao aumento do número de óbitos, internamentos e casos que só em janeiro superaram os números de todo o ano de 2020, concentrando-se em Maputo.

O Presidente moçambicano anunciou na quinta-feira, entre 20 novas medidas, um recolher obrigatório durante a noite, das 21:00 às 04:00, na área metropolitana de Maputo, que abrange também os distritos adjacentes de Matola, Boane e Marracuene.

O país contabiliza um total acumulado de 460 mortes e 44.600 casos, dos quais 61% recuperados.

LUSA/HN

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