“Devido à pandemia, a maioria das pequenas e médias empresas deixou para trás a inovação tecnológica”, salienta o presidente do ISEC, Mário Velindro.
Segundo o responsável, para uma recuperação económica estável pós-pandemia, “as empresas precisam inevitavelmente de reorganizar-se e, mais do que nunca, de acompanhar a transformação tecnológica, pois só assim conseguirão manter-se competitivas”.
Através da criação da Academia de Estudos Avançados para a Sustentabilidade, que vai ser apresentada na segunda-feira numa conferência da Ordem dos Engenheiros, sobre os impactos da pandemia na aceleração da indústria 4.0, o ISEC e a empresa tecnológica CWJ vão prestar consultoria e dar formação a quadros das pequenas e médias empresas para impulsionarem a digitalização dos seus processos.
Para promover a recuperação económica das empresas, a Academia de Estudos Avançados para a Sustentabilidade prevê serviços de consultoria às empresas e formação aos seus quadros, mediante uma análise prévia das suas necessidades.
“Os profissionais da CWJ e os professores do ISEC irão realizar um diagnóstico às empresas para identificarem as principais lacunas tecnológicas. Após esta análise, serão apresentadas soluções – nomeadamente de aquisição de novos equipamentos tecnológicos e de automatização de alguns processos adequadas a cada caso”, explica Mário Velindro.
O projeto inclui a criação de um laboratório de investigação e desenvolvimento, constituído por docentes e investigadores do ISEC, que vai aplicar análise e conhecimento às necessidades e problemas das empresas para que estas se possam tornar mais competitivas no mercado global.
Mário Velindro salienta que “este será mais um dos projetos em que o ISEC está empenhado em aplicar diversas áreas da engenharia ao tecido empresarial”.
“O nosso propósito é adaptar a nossa investigação às necessidades que o mercado está a colocar”, realça o presidente daquele estabelecimento de ensino superior.
A participação em projetos de empresas de referência como a Altice, Critical Software ou a Sevenair é, segundo o responsável, “a forma [de o ISEC] de contribuir para o desenvolvimento da indústria 4.0 em Portugal”.
O desenvolvimento de um projeto de gestão energética no município da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, será a primeira aposta direta da nova Academia, refere o comunicado.
A base de trabalho incide num sistema inteligente desenvolvido pela empresa CWJ, que permite contabilizar e detetar irregularidades no consumo da água, luz e gás, através de postos eletrónicos interligados por sistemas ‘wi-fi’.
“Os investigadores e os professores do ISEC, ligados diretamente à licenciatura em Gestão Sustentável das Cidades, irão fazer melhorias significativas no sistema para detetar de forma rápida e precisa as avarias, as fugas ou os furtos de água, gás e eletricidade nas residências”, adianta Mário Velindro.
O novo sistema vai ajudar os serviços municipais “a resolver os problemas de forma muito eficiente”, acrescentou o presidente do ISEC.
LUSA/HN
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