PS diz que mais de 87 mil residentes na Madeira ainda não têm médico de família

23 de Fevereiro 2021

Mais de 87 mil residentes na Madeira continuam sem médico de família, o que representa 30% da população do arquipélago, revelou hoje o PS, que acusou o Governo Regional de falhar na meta estabelecida nesta área.

“O Governo Regional falhou o objetivo de cobertura de médico de família à população”, declarou a deputada socialista na Assembleia Legislativa da Madeira Sofia Canha em conferência de imprensa.

A porta-voz da maior bancada da oposição no parlamento madeirense, que tem 19 dos 47 deputados da assembleia regional, recordou que o executivo insular estabeleceu como objetivo uma taxa de cobertura de médicos de família na ordem dos 80%, em 2019.

No entanto, “mais de 30% da população desta região autónoma continua sem médico e enfermeiro de saúde familiar”, frisou a deputada.

Isto significa que “há mais de 87.000 pessoas sem acesso a cuidados de saúde familiar na Madeira e no Porto Santo”, salientou Sofia Canha.

A socialista também apontou que, “apesar de a média nacional de cobertura ter vindo a melhorar, incluindo na Madeira, “é preciso assegurar que todos os cidadãos têm acesso a cuidados de saúde” e considerou que a região “se destaca pela negativa”.

A deputada argumentou ainda que Lisboa “é uma das regiões com mais carência de médicos de família”, mas onde os “níveis de risco de pobreza e exclusão social são os mais baixos do país (14,6%)”, tendo “muito mais oferta no privado e no regime convencionado”.

Por seu lado, a Madeira foi a região do país com a mais elevada taxa de risco de pobreza em 2020 (32,9%) e onde “milhares de pessoas poderão estar privadas de cuidados de saúde primários”, alertou.

Sofia Canha indicou ainda que há “uma larga percentagem de pessoas excluídas das listas médicas e não têm condições económicas para recorrer aos privados”.

“Em vez de se fomentar a medicina preventiva, está-se a promover o recurso às urgências”, mencionou.

A deputada indicou que as pessoas com recursos económicos conseguem resolver a situação, mas ficam “em risco aqueles que vivem no limiar da pobreza e não têm escolha ou alternativa”.

Sofia Canha defendeu a importância de “uma melhor racionalização de recursos, já que os recursos humanos em Saúde, sobretudo médicos e enfermeiros de saúde familiar, não abundam na medida das necessidades ideais”.

“Importa definir prioridades e necessidades com justiça e equidade, repensando as formas de organização das listas médicas, para que os recursos humanos sejam potenciados e canalizados para quem realmente precisa”, concluiu.

Lusa/HN

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