A Alta Autoridade de Saúde (HAS) francesa autorizou no início de fevereiro a utilização da vacina concebida pelo laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford, mas não recomendou a sua utilização a pessoas com mais de 65 anos por falta de dados sobre a eficácia da vacina naquela faixa etária.
Agora, a HAS, o órgão em que se baseiam as decisões do Governo, emitiu um parecer em que justifica alargar a utilização da vacina da AstraZeneca “às pessoas com mais de 65 anos”, destacando que o estudo escocês mostra que a vacina reduz o risco de hospitalização “de forma significativa” em todos os grupos etários.
Com base nesse parecer, o ministro da Saúde, Olivier Véran, já havia avançado na segunda-feira que a vacina da AstraZeneca será também usada no grupo de entre 65 e 75 anos.
Os maiores de 75 anos serão inoculados com as vacinas da Pfizer e da Moderna.
Segundo o estudo realizado na Escócia, o programa de vacinação contra a Covid-19 reduziu “substancialmente”, até 94%, as hospitalizações quatro semanas após a primeira dose.
O estudo, que ainda não foi verificado de forma independente, foi realizado por cientistas das universidades de Edimburgo, Strathclyde, Aberdeen, Glasgow e St. Andrews e da direção geral de saúde pública, Public Health Scotland (PHS), que se concentrou em pessoas que receberam as vacinas desenvolvidas pela Pfizer e AstraZeneca.
Os cientistas olharam para os números das hospitalizações na Escócia entre aqueles que receberam uma primeira dose e compararam os dados com aqueles que ainda não receberam a injeção.
Assim, descobriram quatro semanas após a dose inicial, foi registada uma redução do risco de hospitalizações por coronavírus em até 85% com a vacina da Pfizer e 94% com a vacina da AstraZeneca.
Para os maiores de 80 anos, um dos grupos prioritários no plano de imunização, houve uma redução geral de 81% nas hospitalizações.
Além de França, vários países, incluindo Portugal, recomendaram que a vacina da AstraZeneca não fosse administrada a pessoas com mais de 65 anos, por haver dúvidas sobre a eficácia nesse grupo etário.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.531.448 mortos no mundo, resultantes de mais de 114 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.351 pessoas dos 804.956 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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