Investigador da DGS diz que incidência está a baixar com 141 casos por 100 mil habitantes

8 de Março 2021

Portugal mantém a tendência de descida de novos casos de Covid-19, sendo a incidência, no domingo, de 141 casos por 100 mil habitantes, disse esta segunda-feira André Peralta, que apontou também um aumento da incidência da variante inglesa no país.

Relativamente à nova variante associada ao Reino Unido, o investigador da Direção-Geral da Saúde (DGS) afirmou que se observa “um crescimento da incidência” com maior expressão na região de Lisboa e Vale do Tejo, com aproximadamente 66% casos positivos, mas com um crescimento na região Centro e na região Norte com uma prevalência superior a 50% atualmente.

“Vemos desde a última reunião do Infarmed que houve uma manutenção da tendência de descida [de novos casos] e a incidência de Portugal ao dia de ontem [domingo] era de 141 casos por 100 mil habitantes”, adiantou o diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), na reunião no Infarmed, em Lisboa, que junta especialistas, membros do Governo e o Presidente da República.

Analisando a dispersão geográfica da incidência, André Peralta adiantou que se observa “uma melhoria de acordo com os patamares do ECDC [Centro Europeu de Controlo de Doenças] da incidência a nível nacional, com grande parte do território já com incidências inferiores a 120 casos por 100 mil habitantes”.

Segundo o investigador, a região de Lisboa e Vale do Tejo, algumas partes da região centro e da região do Alentejo continuam com incidências superiores a 120 casos por 100 mil habitantes.

“Quando observamos a variação da incidência de forma geral o país continua com uma tendência decrescente, uma variação de incidência negativa, apesar de alguns municípios esporadicamente terem variações positivas da incidência, mas dispersos um pouco por todo o território, mais no interior, mas comum número reduzido”, salientou.

De acordo com André Peralta, as incidências de Covid-19 também estão a descer em todas em todas as idades, continuando o grupo etário com 80 ou mais anos com a “incidência mais alta” e o grupo dos 60, 70 e 70, 80 continuam a ter uma incidência menor e são dos grupos mais protegidos.

Em termos de evolução dos internamentos e internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos mantém-se a tendência de descida com 354 casos em unidade de cuidados intensivos semelhante à primeira semana de novembro.

O internamento em enfermaria é em maior número no grupo etário dos 80 mais, seguido dos 70, 79, 60, 69 e vai decrescendo à medida que a idade também diminui.

Nos internamentos em cuidados intensivos o padrão é diferente e o grupo etário com maior número de casos é o dos 60 aos 69, o que André Peralta considerou “particularmente relevante”, porque à medida que se for vacinando a população de 80 a mais, terá “grande impacto na mortalidade”.

“Para termos impacto na redução da utilização de cuidados intensivos teremos que aguardar até que a vacinação se alargue e tenha grande expressão dos grupos mais de 50 anos”, defendeu.

Relativamente à mortalidade, também se mantém a tendência de descida, com 56 mortos por milhão de habitantes, sendo semelhante à terceira semana de outubro.

A pandemia de Covid-19 provocou em Portugal 16.540 pessoas dos 810.094 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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