“O Governo não nos deu indicadores concretos quanto ao plano de desconfinamento que está a preparar”, disse Francisco Rodrigues dos Santos, depois de questionado pelos jornalistas sobre a reunião que teve com o primeiro-ministro na terça-feira.
O presidente do CDS-PP falava na sede do partido, em Lisboa, no final de mais uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a renovação do estado de emergência devido à pandemia de Covid-19, que decorreu por videoconferência.
Sobre o novo decreto que o Presidente da República deverá enviar hoje ao parlamento, o presidente do CDS-PP afirmou que “vai ser rigorosamente igual ao último”.
“O que vai variar nesta altura é precisamente, como em todos os outros, a execução desse mesmo decreto que é feita em Conselho de Ministros”, acrescentou, referindo que a “novidade” é o plano de desconfinamento.
O líder centrista disse ainda que, apesar de ser “previsível que estas regras que serão adotadas neste decreto pelo Governo só prevejam os próximos 15 dias”, espera ser possível com o plano de desconfinamento “ver para além da duração dos estados de emergência” e identificar “alguns indícios daquilo que se seguirá nos 15 dias seguintes, onde serão decretados novos estados de emergência”.
Francisco Rodrigues dos Santos adiantou igualmente que o CDS-PP vai voltar a votar favoravelmente, no parlamento, a renovação do estado de emergência, por entender “que ainda é necessário ter bastante vigilância sobre as medidas de controlo de saúde pública a manter em Portugal”.
“É verdade que temos uma situação muito mais estabilizada do que aquela que tínhamos há um mês e há dois meses atrás, mas os indicadores que nos chegam da Europa obrigam-nos a que tenhamos muito cuidado e muita cautela e muita prudência como vamos fazer este desconfinamento”, assinalou, advertindo que “há uma subida de casos na Europa”, bem como “novas estirpes em solo europeu e em solo português que são mais contagiosas e mais perigosas do que a inicial, e ainda não se sabe se todas as vacinas são eficazes para prevenir estas novas estirpes”.
Também “o R0 em Portugal agora está perto de 1, que é aquele teto acima do qual começa a ser preocupante a taxa de transmissibilidade do vírus”, acrescentou.
Por isso, “é evidente que tem que haver um enquadramento mais musculado das medidas de controlo sanitário”, defendeu o presidente do CDS-PP, antecipando também “um horizonte de esperança para os portugueses”, nomeadamente o plano de desconfinamento, que quer “cauteloso, faseado, muito simples e claro”.
“Se o plano for simples e claro vai basear-se num clima de confiança entre os portugueses, que sabem perfeitamente quais são os seus horizontes e podem começar a preparar-se para retomar as suas atividades”, considerou o democrata-cristão, apontando ser “grave” se “ficarem na absoluta ignorância, sem saber o que virá depois”, porque isso “cria um clima” de que não há “solução possível”.
Lusa/HN
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