“Com o sentido de responsabilidade que nos tem guiado desde o início desta grave crise de saúde pública, o executivo da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa) vê-se obrigado, uma vez mais, a cancelar a realização das festas do Colete Encarnado”, informou o presidente da autarquia, Alberto Mesquita (PS), numa conferência de imprensa ‘online’.
O autarca explicou que “depois de alguns meses em que a situação pandémica no concelho de Vila Franca de Xira registou uma evolução muito favorável”, volta agora a registar um crescimento do número diário de casos por covid-19, sendo a incidência de 164 casos por 100 mil habitantes.
“O Colete Encarnado é uma festividade que acontece por toda a cidade, tornando impossível o cumprimento das normas estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para a realização de eventos, nomeadamente no que respeita ao controle das lotações, ou do cumprimento das regras sanitárias de higiene e distanciamento físico”, argumentou.
No entanto, Alberto Mesquita ressalvou que a autarquia pretende assinalar as festividades de forma simbólica, com a deposição de uma coroa de flores no monumento ao campino, na manhã do dia 03 de julho.
Está também prevista para esse dia a inauguração da escultura de homenagem ao maestro José Falcão, que ficará situada junto ao Ateneu Artístico Vilafranquense.
O autarca deu também conta que será feita a decoração e a iluminação das fachadas de alguns edifícios no largo da Câmara Municipal e no posto de turismo, bem como a sonorização das ruas.
As Festas do Colete Encarnado começaram a ser celebradas em Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, em 1932 e só em três ocasiões não se realizaram, a última das quais no ano passado também por causa da pandemia.
No ano de 1942, estas festas também não tiveram lugar devido à Segunda Guerra Mundial.
Este evento, considerado o maior do município, homenageia os touros, os campinos, os cavalos e a cultura ribatejana.
Também hoje o Governo reunido em Conselho de Ministros tomou novas medidas de combate à covid-19, que passam por proibir a circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa no fim de semana, a partir das 15:00 de sexta-feira, e por anunciar quais os concelhos de ficam na 4.ª fase do plano de desconfinamento.
O Governo anunciou que Braga, Lisboa e Odemira mantêm-se na fase de 01 de maio do plano de desconfinamento, a que se juntam Albufeira, Arruda dos Vinhos, Cascais, Loulé, Sertã e Sintra, assim como Sesimbra com medidas mais restritivas
Alertando para o agravamento da situação epidemiológica, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, fez ainda saber que esta semana existe “um número muito alargado, face à semana anterior, de concelhos em situação de alerta”, num total de 20: Alcochete, Águeda, Almada, Amadora, Barreiro, Grândola, Lagos, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sardoal, Seixal, Setúbal, Sines, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.
“Todos estes concelhos – como veem no mapa – maioritariamente localizados na Área Metropolitana de Lisboa, estão hoje em situação de alerta, ou seja, tem mais de 120 casos por 100 mil habitantes ou nas zonas de baixa densidade [populacional] mais de 240 casos por 100 mil habitantes”, declarou a governante.
Portugal registou nas últimas 24 horas 1.233 novos casos confirmados de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e mais duas pessoas morreram com covid-19, com mais 13 pessoas internadas, segundo a Direção-Geral da Saúde.
O boletim epidemiológico de hoje regista um total de 364 pessoas internadas, das quais 88 em unidades de cuidados intensivos, onde entraram mais cinco doentes.
É o número mais alto de internamentos com covid-19 desde 26 de abril, quando estavam internadas 365 pessoas.
A maior parte dos novos casos de infeção (804) foi diagnosticada na região de Lisboa e Vale do Tejo.
LUSA/HN
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