“Até 21 de junho de 2021, foram identificados casos da variante de preocupação Delta em 23 países da União Europeia e Espaço Económico Europeu [UE/EEE]”, indica o ECDC num relatório ontem divulgado.
No documento sobre “Implicações para a UE/EEE da propagação da variante de preocupação Delta da SARS-CoV-2”, a agência europeia assinala que a proporção desta mutação “entre os casos sequenciados durante as semanas 21-22 [de 24 a 30 de maio e de 31 de maio a 06 de junho, respetivamente] de 2021 variou de zero para 66,2%, embora o volume sequenciado varie significativamente por país”.
De acordo com dados do ECDC, que têm por base as notificações feitas pelos países, Portugal foi dos países europeus que menos sequenciou amostras nestas semanas de maio e junho, o equivalente a entre 01 a 59, enquanto a maioria dos países sequenciou entre 60 a 499 amostras e até mais de 500 (estes últimos o equivalente a 10% do total).
Do total destas amostras monitorizadas por Portugal, mais de 50% diziam respeito à variante Delta.
“Entre os 12 países que sequenciaram pelo menos 10% dos seus casos isolados ou pelo menos 500 amostras durante as semanas 21-22, a proporção mediana da variante Delta foi de 2,4%, o que representa um aumento” em relação à semana anterior.
No relatório em causa, o ECDC estima que a variante Delta do SARS-CoV-2 represente 90% das novas infeções na Europa até final de agosto e um aumento nos internamentos e mortes, pedindo o centro europeu rápidos avanços na vacinação.
“Com base na estimativa de avanço de transmissão da variante Delta e utilizando previsões de modelização, prevê-se que 70% das novas infeções do SARS-CoV-2 sejam devidas a esta variante [Delta] na UE/EEE até ao início de agosto e 90% das infeções até ao final de agosto”, informa o ECDC no documento.
Apontando que a mutação detetada na Índia (e designada como Delta) é entre 40% a 60% mais transmissível do que a variante detetada no Reino Unido, estando também associada a um maior risco de hospitalizações e mortes, a agência europeia assinala que “aqueles que receberam apenas a primeira dose – de um processo de vacinação de duas – estão menos protegidos contra a infeção da variante Delta do que contra outras variantes, independentemente do tipo de vacina”.
“No entanto, a vacinação completa proporciona uma proteção quase equivalente contra a variante Delta”, acrescenta.
Por essa razão, o centro europeu vinca que “a vacinação completa de todos os grupos com risco acrescido de Covid-19 grave deve ser alcançada o mais cedo possível para reduzir o risco de hospitalizações e mortes”.
A agência europeia assinala ainda que “qualquer relaxamento durante os meses de verão do rigor das medidas não-farmacêuticas [restrições] que estavam em vigor na UE/EEE no início de junho poderia levar a um aumento rápido e significativo dos casos diários em todos os grupos etários, com um aumento associado dos internamentos e das mortes, atingindo potencialmente os mesmos níveis do outono de 2020, se não forem tomadas medidas adicionais”.
LUSA/HN
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