Turismo espanhol reclama falta de apoios diretos por parte do Estado

13 de Julho 2021

Representantes das agências de viagens e da hotelaria espanhola reclamaram hoje a falta de ajudas diretas do Estado ao setor do turismo, lamentando que para recebê-las são exigidas condições consideradas, em muitos casos, “injustas”.

“Passam-se meses e a ajuda não se concretiza”, afirmou o presidente da Confederação Espanhola de Agências de Viagens (CEAV), Carlos Garrido, que indicou também que os fundos geridos pelas gestoras SEPI e Cofides para ajudar as empresas atingidas pela crise da covid-19 “têm limitações extraordinárias”.

Carlos Garrido explicou que as agências de viagens não receberam qualquer ajuda do Estado, ao invés do que aconteceu com os seus concorrentes franceses e alemães, acrescentando que os fundos europeus aplicados no Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência “não chegarão ao setor”, constituído por pequenas e médias empresas (PME) e micro-PME, das quais 90% têm menos de seis trabalhadores.

O presidente da CEAV falava num debate na Universidade Complutense de Madrid, com o presidente do Grupo Hotusa, Amancio López Seijas e o com presidente da Hotelaria de Espanha, José Luis Yzuel.

De acordo com José Luis Yzuel, dos 7.000 milhões de euros anunciados pelo Governo em apoios diretos “não chegou uma peseta” e, além disso, trata-se de ajudas “cheias de letras de pequenas, injustas e lamentáveis”, porque beneficiam aqueles que tinham dívidas em relação àqueles que “comprometeram o seu património para pagar as suas dívidas”.

Já presidente da Hotelaria de Espanha, José Luis Yzuel, criticou a “ineficácia” das restrições aprovadas pelos governos regionais e garantiu que “Madrid mostrou que saúde e a economia podem ser compatíveis”.

Hoje, a cervejaria espanhola Mahou San Miguel anunciou que vai apoiar o setor hoteleiro no valor de 180 milhões de euros este ano, um pacote que inclui desde financiamento a mobiliário de esplanadas, assim como ajuda para digitalizar os seus espaços e melhorar a sustentabilidade.

O anúncio foi feito pela empresa depois de ter lançado em 2020 um programa de características semelhantes, avaliado em 200 milhões de euros, devido crise provocado pela covid-19.

“Estamos orgulhosos de ser uma empresa que coloca as pessoas em primeiro lugar e prefere ganhar menos para ajudar mais. Isso diferenciou-nos de outras cervejarias”, disse o diretor-geral da unidade espanhola da empresa, Peio Arbeloa, citado em comunicado.

O plano apresentado inclui 40 milhões de euros que serão dirigidos exclusivamente à transformação da indústria hoteleira, com destaque para a digitalização.

LUSA/HN

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