“A norma começa por limitar o acesso à vacina contra a Covid-19, nestas faixas etárias, a adolescentes com comorbilidades, justificando-se que para um eventual alargamento será necessária mais evidência científica. Contudo, a mesma norma, mais à frente, considera que, desde que haja indicação médica, qualquer adolescente poderá ter acesso à vacina. Ou seja, já não interessa a evidência científica”, refere a Ordem dos Médicos (OM) no comunicado de imprensa.
“Desta forma, apelamos a uma rápida revisão desta norma, no sentido de esclarecer a mesma e reforçar a confiança na evidência científica e na ampla experiência já existente, protegendo os mais jovens da ameaça física, psicológica e social que este vírus tem representado para a vida de todos nós”, continua a OM.
Segundo a Ordem dos Médicos, a decisão da Direção-Geral da Saúde contraria a tese de que ainda não há evidência suficiente, além de criar desigualdades entre as famílias que conseguirão ter acesso a essa mesma prescrição e as que não terão, “sobretudo numa altura em que o acesso à saúde tem estado muito condicionado e em que todos os recursos deveriam ser focados na recuperação de doentes e não em mais um procedimento burocrático”.
A Ordem dos Médicos alerta ainda que mesmo entre os profissionais de saúde a norma não foi recebida de forma clara, com alguns especialistas a saudarem a norma, mas a virem, mais tarde, criticar este acesso condicionado.
“O processo tem de ser gerido de forma universal e ágil, como é aliás essencial no combate a uma pandemia”, defende.
PR/HN/Rita Antunes
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