EUA registam número recorde de crianças hospitalizadas com Covid-19

9 de Agosto 2021

Os Estados Unidos têm 1.450 crianças hospitalizadas com Covid-19, o maior número até agora registado desde o início da pandemia, anunciou este domingo o diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), Francis Collins.

Numa entrevista ao programa “This Week” da cadeia de televisão ABC News, Collins defendeu que o país nunca deveria ter chegado ao ponto em que se encontra atualmente, com um ressurgimento de casos de coronavírus causados pela variante delta.

“Temos vacinas que sabemos serem altamente eficazes e seguras, e, no entanto, metade do país ainda não está totalmente vacinado”, lamentou.

O responsável afirmou que os EUA estão a pagar “um preço terrível” pelo rápido aumento dos casos de infeção, especialmente entre as pessoas não vacinadas.

“A maior parte das mortes são de pessoas não vacinadas. E agora são pessoas mais jovens, incluindo crianças”, acrescentou.

“O maior número de crianças até agora desde o início da pandemia”, afirmou ainda, “está no hospital neste momento, 1.450 crianças hospitalizadas com Covid-19. Muitas, por terem menos de 12 anos de idade, não foram vacinadas”.

Francis Collins reconheceu que não há “dados rigorosos” disponíveis que indiquem que a variante Delta é mais grave para as crianças, mas disse estar atendo à preocupação dos pediatras, porque neste novo pico da doença “há um maior número de crianças hospitalizadas, mais gravemente doentes”.

Questionado sobre o início do próximo ano letivo, Collins apelou aos pais para que encarem as máscaras de rosto como um “dispositivo médico que salva vidas” e não como uma “declaração política ou uma invasão das suas liberdades”, e manifestou a crença de que a sua utilização impedirá surtos que forcem um regresso à aprendizagem à distância.

O presidente da Federação Americana de Professores (AFT), Randi Weingarten, afirmou em declarações ao programa da NBC News “Meet the Press” que 90% dos professores do sindicato foram vacinados e admitiu que a instituição pondera reconsiderar a decisão tomada em outubro sobre a vacinação voluntária dos seus membros.

“Creio que as circunstâncias mudaram e que a vacinação é uma responsabilidade comunitária”, afirmou, confessando estar “muito preocupado” com o facto de as crianças com menos de 12 anos de idade ainda não poderem ser vacinadas.

Weingarten reconheceu que existem “objeções religiosas e médicas significativas”, que admitiu serem importantes na definição da política de vacinas por parte do sindicato, e concedeu que a decisão pode passar pela sugestão do Presidente Joe Biden de permitir às pessoas escolherem entre as vacinas e testes regulares.

“Acredito que a combinação de vacinas e máscaras irá proteger os nossos filhos mais novos”, afirmou, mas observou que também é importante o trabalho com os pais.

No mesmo programa da NBC, o epidemiologista e chefe do Instituto nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, conselheiro de Joe Biden, Anthony Fauci, reiterou que não haverá uma determinação legal federal que venha a exigir a imunização contra a Covid-19.

No entanto, estimou que, se o regulador norte-americano para a área da saúde, a US Food and Drug Administration (FDA), aprovar a administração universal das vacinas – o que, segundo Fauci, pode acontecer “nas próximas semanas” – muitas empresas e entidades privadas poderão vir a impor a obrigatoriedade da vacinação.

LUSA/HN

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