As autoridades de saúde da Guiné-Conacri revelaram, em conferência de imprensa, que um desses contactos de risco está desaparecido, mas que estavam confiantes em localizá-lo e minimizar os riscos para a saúde pública.
“Até agora, não houve nenhum outro caso do vírus Marburg, desde o caso inicial, confirmado em 09 de agosto”, destacou a porta-voz da OMS em Genebra, Fadela Chaib, citada pela agência AFP.
Os cerca de 150 casos e contacto de risco foram identificados e colocados em isolamento.
O período de incubação, o tempo entre a infeção e o início dos sintomas, varia entre dois e 21 dias.
“Entramos no período crítico em que qualquer pessoa exposta ao vírus tem maior probabilidade de desenvolver sintomas. Portanto, a vigilância é particularmente importante agora e as equipas estão a monitorizar os contactos duas vezes por dia”, salientou.
As autoridades de saúde da Guiné-Conacri confirmaram em 09 de agosto o primeiro caso do vírus de Marburg no país e na África Ocidental, tinha divulgado a OMS.
Esta doença altamente infecciosa, que causa febre hemorrágica, pertence à mesma família do vírus do Ébola e foi detetada menos de dois meses depois de a Guiné-Conacri ter declarado o fim de um surto de Ébola, que tinha surgido no início do ano.
No comunicado, a OMS explicava que as amostras retiradas de um paciente já falecido e testadas num laboratório de campo em Gueckedou, bem como no laboratório nacional de febre hemorrágica da Guiné, testaram positivo para o vírus de Marburg.
Uma análise mais aprofundada do Instituto Pasteur no Senegal confirmou o resultado obtido.
O paciente testado tinha procurado tratamento numa clínica local, na região de Koundou, em Gueckedou, para onde uma equipa de investigação médica foi enviada para acompanhar o agravamento dos sintomas.
Esta região de Gueckedou é a mesma onde surgiram os casos do surto de Ébola no início de 2021, bem como onde foi detetado inicialmente o surto de 2014-2016 na África Ocidental.
Como a doença surgiu pela primeira vez no país, as autoridades de saúde estão a efetuar ações de educação pública e a mobilizar as comunidades para aumentar a consciencialização e galvanizar apoio para conter a infeção generalizada.
Esta infeção é transmitida às pessoas por morcegos frugívoros e espalha-se entre os humanos através de contacto direto com fluidos corporais, superfícies ou materiais infetados.
A doença desenvolve-se abruptamente com febra alta, forte dor de cabeça e mal-estar. Muitos pacientes desenvolvem sinais hemorrágicos graves num período de sete dias e a taxa de mortalidade varia entre 24% e 88%, segundo surtos anteriores.
Embora não existam vacinas ou tratamentos antivirais para este vírus, os cuidados básicos como reidratação através de líquidos por via oral ou intravenosa, ou o tratamento de sintomas específicos, aumentam a possibilidade de sobrevivência.
Em África, surtos anteriores e casos esporádicos foram relatados em Angola, República Democrática do Congo, Quénia, África do Sul e Uganda.
LUSA/HN
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