É o “maior evento de 2021” segundo as autoridades portuguesas. Com cerca de 40 mil visitantes esperados, menos 30 mil do que na edição de 2019, a Web Summit regressou este ano a Lisboa em modo presencial, depois de uma edição 2020 virtual devido à pandemia da Covid-19.
As regras são claras e os visitantes são diariamente relembrados delas, mesmo antes de chegarem ao evento, através dos seus telemóveis, ou não fosse esta uma cimeira tecnológica.
À entrada, todos têm de apresentar o certificado de vacinação contra a Covid-19 ou um teste negativo. Lá dentro, o uso de máscara é obrigatório, tanto nos espaços interiores como nos exteriores.
No entanto, quem chega à Web Summit rapidamente se apercebe que nem todos cumprem essa regra e, sobretudo nas zonas ao ar livre mas não só, a máscara é muitas vezes descartada.
Por outro lado, espalhados pelo recinto não faltam dispensadores de álcool gel, mas são quase decorativos e entre os milhares de pessoas que por eles passam uma e outra vez, poucas param para higienizar as mãos.
Ainda assim, a apreciação geral dos visitantes é que a organização fez um bom trabalho e o sentimento é, quase sempre, de segurança.
“Da minha perspetiva, tudo correu bem e as pessoas têm respeitado os protocolos de segurança”, relatou Eduardo que, desde segunda-feira, esteve todos os dias presente no evento.
Apesar do elevado número de pessoas, o português considera que o espaço onde decorre a Web Summit, na zona da Altice Arena e Feira Internacional de Lisboa, é bastante aberto e conta com várias zonas ao ar livre.
O sentimento é partilhado por outros visitantes e Anna, por exemplo, relata que ao entrar no recinto “tudo parece muito seguro”, enquanto Eva se mostrou “muito impressionada” com o trabalho da organização.
A avaliação positiva não chega apenas de quem está na Web Summit pela primeira vez e no caso de Fernando, que voou este ano pela terceira vez do Brasil para Lisboa para participar na cimeira tecnológica, a edição deste ano, com todos os seus constrangimentos, não desiludiu.
“A principal mudança é o número de pessoas este ano, mas a estrutura é basicamente a mesma”, disse à agência Lusa, elogiando o trabalho da organização e a exigência do certificado de vacinação ou de teste à Covid-19 para entrar diariamente no recinto.
“Fazer grandes eventos durante a pandemia, que ainda não terminou, é um risco. Mas é um risco controlado com estas medidas”, acrescentou.
No entanto, e apesar do ‘feedback’ maioritariamente positivo, os visitantes ouvidos pela Lusa concordam que nem todas as pessoas mostram o mesmo respeito, ou preocupação, em seguir as regras de segurança sanitária.
Olhando à volta, entre a higienização das mãos, uso de máscara, ou distanciamento, identificam-se diversos casos em que o sentimento aparente é de descontração. E o cenário é agravado quando se entra nas zonas de refeição.
“O problema é a ‘Food Summit’”, aponta Anna, descrevendo que aí “parece que já não há Covid-19”. O diagnóstico é confirmado por Fernando, que considera que “as pessoas já estão a relaxar”.
Outro problema apontado foi o circuito de entradas e saídas entre os vários espaços. “Às vezes é um bocadinho difícil manter o distanciamento, principalmente quando circulamos entre os pavilhões, porque as pessoas acabam por se cruzar muito”, explicou Teresa.
No seu caso, sempre que assiste a uma apresentação tenta manter algum distanciamento, mas reconhece que nem todas as pessoas têm essa preocupação.
A Web Summit termina hoje, ao final de quatro dias de conversas, apresentações e workshops. O impacto do evento na situação epidemiológica só será conhecido nos próximos dias e os visitantes antecipam conhecer essas conclusões, mas estão confiantes.
LUSA/HN
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